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Vitórias no esporte, desafios fora das quadras: o basquete em cadeira de rodas no Pará

Modalidade reúne atletas em busca de inclusão e resultados, mas ainda enfrenta falta de estrutura e apoio no Pará.

Iury Costa

O basquete em cadeira de rodas tem sido um instrumento de superação e inclusão para dezenas de atletas no Pará e em todo o país. Dentro das quadras, a modalidade abre espaço para que pessoas com deficiência física encontrem no esporte uma forma de competir, se desenvolver e conquistar títulos, mostrando que a limitação não impede a alta performance.


Fora delas, no entanto, os desafios são constantes. A falta de estrutura adequada, o baixo investimento e as dificuldades de acesso a recursos ainda limitam o crescimento da modalidade e revelam a distância entre as conquistas esportivas e o apoio necessário para garantir a plena inclusão dos atletas.

Dificuldades no dia a dia

Entre os atletas, a rotina exige dedicação, mesmo diante de barreiras. Rildo Saldanha, jogador do All Star Rodas Pará, destaca que a realidade dos treinos ainda é marcada por limitações.

“A maior dificuldade, sem dúvida, hoje em dia, para a gente que é cadeirante, é a sensibilidade. A gente enfrenta obstáculos no treino, mas dedica os dias para se preparar e representar bem os nossos times e o nosso estado”, afirma o atleta.

image Rildo Saldanha, jogador do All Star Rodas Pará (Foto: Carmen Helena/O Liberal)

Estrutura e apoio

Responsável pela equipe, o treinador Wilson Corrêa, conhecido como Wilson Caju, reforça que a maior carência está na falta de espaços adequados para treinar.

“A prática do esporte em Belém é muito deficiente. Nós não temos espaço para treinar. Usamos quadras emprestadas, mas o ideal seria uma estrutura específica para o basquete em cadeira de rodas. Quem sabe o governo nos proporciona um terreno para construir uma quadra própria, o que nos permitiria expandir a modalidade”, disse.

Apesar das dificuldades, o All Star Rodas Pará conta com apoio que garante a participação em competições. “Nós somos patrocinados pelo Banco da Amazônia desde 2001. É através desse patrocínio que conseguimos material para treinar, consertar as cadeiras e viajar para os torneios. Também temos o CESE, que nos oferece o ginásio Mário Covas para os treinos. Esse suporte tem sido fundamental”, explicou Wilson.

O treinador reforça que ainda há espaço para ampliar esse apoio, principalmente para que a modalidade alcance o interior do estado. “O ideal seria termos uma quadra própria e mais incentivo do governo para divulgar o esporte nos municípios. Imagine quantos deficientes existem no Pará precisando de apoio para praticar uma modalidade. Está comprovado que o esporte ajuda na recuperação das lesões e permite que as pessoas se sintam integradas na sociedade”, conclui.

O Núcleo de Esportes de O Liberal solicitou uma nota à Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) para detalhar as ações voltadas ao apoio e à inclusão dos atletas de basquete em cadeira de rodas no Pará, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

 

*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Caio Maia, coordenador do Núcleo de Esportes)