Advogados de Wallace observam falham em processo que suspendeu atleta por cinco anos
Campeão olímpico pelo Brasil, o atleta foi punido por conta de uma postagem em que incitava a violência contra o presidente Lula
A defesa do jogador de vôlei Wallace Leandro de Souza divulgou uma nota pública de esclarecimento nesta quinta-feira (4), em resposta à punição indicada pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB), que aumentou a suspensão do atleta de 90 dias para cinco anos. No documento, o advogado do oposto do Cruzeiro, Leonardo Andreotti, contestou a decisão do conselho e afirmou que houve falhas no processo que impediram a ampla defesa do atleta.
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"O caráter pedagógico de uma penalidade não foi observado e muito peso se jogou a uma clara necessidade punitiva a um atleta, ao passo em que se desconsiderou a poderosa mensagem positiva que se poderia extrair do fato de um campeão olímpico, reconhecendo o seu erro, se retratar (retratação que ainda está ativa em sua rede social). Em outras palavras, focou-se no “mau exemplo” da conduta do atleta, e pouco se explorou o “bom exemplo” de sua retratação, que em um mundo de falhas, e de erros, é comportamento socialmente desejável e que se poderia, por via do Esporte, incentivar", disse a nota.
A defesa de Wallace ainda está avaliando um possível pedido de recurso junto ao Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA). A nova punição foi publicada dois dias depois de Wallace entrar em quadra na final da Superliga masculina respaldado por uma liminar do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva do Vôlei.
Além da suspensão a Wallace, o Conselho de Ética também anunciou punição à Confederação Brasileira de Vôlei. A CBV foi punida com a perda de repasses de verba por seis meses. Radamés Lattari, presidente em exercício da entidade, também foi suspenso.
A defesa de Wallace reconheceu o erro no post e pediu desculpas, mas questionou a competência do Conselho de Ética do COB para julgar o caso, já que foi um ato privado e não relacionado ao esporte.