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Representantes de clubes questionam retomada do Campeonato Paraense: 'Quem vai bancar?'

Tentativa de retomada é criticada

Nilson Cortinhas
 
 

Mais um capítulo da polêmica sobre a retomada do Campeonato Paraense está sendo travada, no momento, em geral, tendo aplicativos de mensagens instantâneas como meios de comunicação entre os dirigentes.  
Em um grupo, que reúne todos os 10 presidentes dos clubes participantes do Campeonato Paraense 202090, foi manifestada, novamente, a ideia da inviabilidade do retorno do estadual, apesar das tratativas da Federação Paraense de Futebol (FPF) no sentido de encontrar datas para a conclusão do certame. Até o momento, foram disputadas oito rodadas. Restam duas rodadas da fase classificatória, além dos jogos das semifinais e final. O campeonato foi paralisado diante da pandemia do novo coronavírus. 
O presidente do Tapajós, Sandcley Mont, expôs argumentos enfáticos ao defender que o Parazão não tem como retornar. "Quem está se movimentando para retomar o campeonato é a Federação. As equipes não foram comunicadas. Os clubes estão se organizando e não tem como retornar o campeonato. O Tapajós é contra. Não é só o Tapajós que é contra. Vários clubes são contra", garantiu. 
Segundo Mont, a questão financeira emperrará qualquer tentativa. "Quem vai bancar os custos?", questionou.  "É um novo campeonato. As equipes, que não tem calendário no segundo semestre, não se prepararam para isso. Quem vai se responsabilizar se acontecer um caso (de coronavírus), um óbito? Quer ver um clube quebrado, comprometido financeiramente, é fazer o que a Federação está fazendo. Por algum motivo. Não é pelo futebol. Como uma pessoa com o seu juízo normal vai pensar em uma situação dessa?", avaliou.
Mont ainda ressaltou um desequilíbrio técnico, oriundo do aporte financeiro que Paysandu, Remo, Independente e Bragantino receberam recentemente do Governo do Pará. Os outros seis clubes não foram agraciados. A lógica era adiantar um patrocínio em função dos quatro clubes participarem das Série C e D do Brasileirão.   
O presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, que já manifestou oposição a retomada do Parazão, explicitou que é preciso entender a realidade do futebol paraense diante desse novo desafio. "Fica mais complicado diante dos custos que serão alto. Cada exame (que identifica que uma pessoa foi infectada com o coronavírus) custa cerca de R$200. Serão 40 exames por jogo, por semana? Quem vai arcar com isso? Senti uma resistência grande sobre a ideia do retorno", avaliou. 
 
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