Morte súbita de atleta de final de semana levanta debates no futebol na terceira idade
Jogar bola é uma atividade salutar, mas que requer cuidados
A prática de atividades esportivas é está relacionada a saúde. O futebol, por exemplo, é uma modalidade esportiva que extrapola atividade. E é por isso que é considerado como verdadeira ‘paixão nacional’.
Jogar futebol é um exercício salutar, ajuda o condicionamento físico, no entanto, carece de cuidados, principalmente, junto às pessoas de idade avançada. No último final de semana, houve a morte de Leonildo Antônio da Silva (Léo Taxista), de 54 anos dentro de campo. A infelicidade ocorreu no campeonato interno de futebol pelada da Tuna.
Relato
O referido atleta foi expulso do jogo. Com a vitória do seu time consolidada, ele voltou ao gramado, no final de partida, para externar sua alegria. Deu uma pequena corrida e caiu para o espanto dos amigos. Houve atendimento imediato dos enfermeiros presentes, mas sem resultado. Foi constatado parada cardíaca.
Especialistas afirmam que não é possível antecipar todos os riscos, mas que o acompanhamento médico é importante. Ele pode detectar e prevenir o infarto do miocárdio, derrames, arritmias e cardiomiopatia hipertrófica (aumento do músculo cardíaco.
O médico Jean Clay, do time profissional do Clube do Remo, lida todos os dias com jogadores. Ele disse que qualquer pessoa precisa passar por exames cardiológicos, pelo menos uma vez no ano. Também orienta que pessoas, antes de começar atividades esportivas, passem por avaliação médica. “Convém também saber da condição histórica da pessoa. Não adianta, correr, jogar bola se estar preparado fisicamente ou bem clinicamente”, avalia.
Técnica de desportos aquáticos, Adriana Paixão atua na natação sênior de Sesi Clube e lida com pessoas de várias idades. Ela diz que a triagem física envolve atestado médico, com CRM e especialidade do médico, que condicione à pratica do esporte ou atividade física. "Aqui, no Sesi a gente avalia pressão arterial, frequência cardíaca, composição corporal. O aluno ou atleta é obrigado fazer avaliação física de seis em seis meses”, pontua.
O jogador máster da Tuna em questão, de acordo com os familiares, não possuí histórico coronário. Gozava de boa saúde e vinha de consultas médicas periódicas. Houve a informação preliminar de ter ponte de safena - essa versão foi desmentida pela família. “Meu pai, de 54 anos, nunca fez cirurgia de coração ou coisa parecida”, contou o filho Andrei que joga no futebol paulista e veio para o velório do genitor.
O incidente no futebol máster da Tuna levará os dirigentes a mudarem suas atitudes com relação aos jogos. Todos os atletas inscritos no campeonato serão submetidos a exames médicos com especialistas. Quem não for aprovado será afastado da competição. “Nós estamos com o doutores Luiz Antônio e Hamilton Garcia, este do time profissional realizando exames nos dias de sábado e domingo e quem não tiver condição não joga mais no campeonato”, explica Rui Pinheiro, diretor de futebol soçaite da Tuna.
O clube cancelou os jogos deste final de semana em homenagem ao atleta que faleceu. O campeonato interno terá seu nome.
Casos
Casos específicos têm acontecido no futebol brasileiro. No ano de 2018, o meia Danilinho, que atuou pelo Remo, teve um mal-estar e precisou ser levado ao hospital, mas não resistiu. Ele era atleta do Juazeirense (BA).
O caso mais emblemático foi o com zagueiro Serginho, do São Caetano no ano de 2004. Ele se sentiu mal no estádio do Murumbi e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Não resistiu e morreu.