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Ídolo do Santos, Giovanni conta que Pelé pagou por seu passe e explica não ter ido ao velório do Rei

O paraense e ex-jogador do Santos, Giovanni, falou os motivos de não ter comparecido à despedida de Pelé e relembrou que o Rei do Futebol ajudou financeiramente na compra de seu passe junto ao Peixe

Fábio Will

Um dos maiores jogadores que vestiram a Camisa 10 do Santos, o paraense Giovanni, ídolo do Santos e com passagens pela Tuna, Remo e Paysandu, falou da sua passagem pelo clube da Vila Belmiro, da importância do Pelé na carreira, revelou que o Rei do Futebol ajudou financeiramente e citou os motivos de não ter comparecido ao velório de Pelé, em Santos (SP).

Em entrevista ao Zueiragem Podcast, Giovanni relembrou um pouco da carreira, citou que não investiria nos clubes paraenses por falta de seriedade e comentou que o Pará é um terreno fértil de bons jogadores.

“É preciso valorizar quem é da terra. Aqui tem muitos caras bons de bola. Já falei para o Santos fazer uma peneira no interior do Pará. Eu jogo bola todo sábado em Benfica, são jogadores que não possuem base, mas o Remo, Tuna e Paysandu podem fazer (peneiras), mas não fazem. O atleta daqui possui muito mais compromisso, pois aqui mora a família, os amigos. Um time daqui de Belém deveria ser 40% de atletas da terra e 60% de fora”, falou.

'Vaquinha' com o Rei

Mas o sucesso, dentro de campo de Giovanni, passou pelas mãos de Pelé. O eterno camisa 10 do Santos, ajudou na compra do passe de Giovanni, no período em que era vinculado à Tuna Luso Brasileira.

“Meu passe era uns R$300 mil na época, mas o Santos não tinha dinheiro. O Pelé ajudou, acho com uns R$150 mil. O Clodoaldo, que era diretor, me disse: ‘O clube não tem dinheiro, vamos fazer uma ‘vaquinha’. Você vai a Belém passar férias e vou te ligar’, comentou.

O Santos teria que depositar o valor até o dia 31, mas 31 era domingo e aquantia tinha que ser efetuada até o dia 29, uma sexta-feira, mas outro clube “atravessou” a negociação, que foi o São Paulo.

Giovanni contou que pressionou o diretor santista para realizar a transação e informou que o São Paulo, um dos rivais do clube da Vila Belmiro, tinha feito uma proposta.

“Cheguei em Belém e o presidente da Tuna, o Genésio, me chamou e pediu para não ir para o Santos, mas sim para o São Paulo. Liguei para o Clodoaldo, disse que o Santos tinha que depositar e que o São Paulo veio aí. Quando chegou na sexta-feira os caras depositaram”, disse.

A morte do Pelé e não ida ao velório

O adeus ao Rei do Futebol não aconteceu. Giovanni e outros jogadores que vestiram a camisa 10 do Santos, foram assunto no velório de Pelé, que faleceu no dia 29 de dezembro, em São Paulo. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, o presidente eleito do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva e outros jogadores e ídolos do Santos, estiveram no velório de Pelé. Torcedores criticaram as ausências de Giovanni e do outro paraense, Paulo Henrique Ganso, além de Diego, ex-Flamengo, que também vestiu a Camisa 10 santista. Giovanni estava na cidade de Salinópolis (PA), lamentou a morte de Pelé, disse ter programado uma viagem em família e afirmou que queria ter participado do último adeus ao maior ídolo do Santos.

“Estava com a família em Salinas. A gente se programa por meses e não iria largar eles, não é fácil como as pessoas pensam. O fato de você não ir ao enterro, não significa que você não tenha gratidão. As pessoas tomam isso como verdade e fazem julgamentos. Queria estar lá, mas aconteceu de eu estar aqui no interior”, finalizou.

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