Formigas da Bola: atleta paraense apresenta a realidade do futsal feminino na Espanha
Lívia passou três anos na Europa e deve retornar ao Pará para jogar o Brasileirão A2 pela Esmac
Lívia passou três anos na Europa e deve retornar ao Pará para jogar o Brasileirão A2 pela Esmac
A segunda temporada da série ‘Formigas da Bola’ volta para trazer histórias de atletas paraenses que saíram do estado em busca do profissionalismo no futebol e, também, no futsal. O primeiro episódio desta temporada apresenta a história da atleta Lívia Andrade, que mora na Espanha e estava atuando no SalaZaragoza, equipe da primeira divisão do futsal feminino espanhol.
Lívia nasceu em Belém e cedo começou a jogar futebol. O início foi na escolinha no Sesc para, em seguida, enveredar por torneios estudantis, Primeiro, no Jogos Estudantis Paraenses (JEPs), pela escola estadual Tiradentes II; depois chegou ao Jogos Escolares Brasileiro (JEBs), já no Madre Celeste. Aos 14 anos chegou à Esmac, de Ananindeua.
“Joguei por cinco anos [na Esmac] e fui disputar um Campeonato Brasileiro com a equipe em Santa Catarina. Um treinador me chamou para ir a São Paulo, onde joguei pelo Palmeiras-Osasco, clube que tinha uma parceria com o Palmeiras”, afirmou.
A precariedade da estrutura proporcionada ao futebol feminino, principalmente no Pará, foi reforçada por Lívia. Segundo a atleta, trabalhar na Espanha foi uma grande experiência para a carreira, tanto que mantém o desejo de voltar à Europa na próxima temporada.
“A estrutura é bem diferente. No Pará a gente só recebia bolsas de estudos. Em São Paulo, você passar a ter bolsas de estudos e salário. E pelo menos o salário era vinculado à prefeitura, que era de onde a gente recebia. Já aqui na Espanha é contrato, contrato de trabalho. Eles pagam todas as taxas. Se eu for demitida vou receber como empregador normal”, revelou.
Enquanto não estava permitida a presença do público nos jogos da Espanha, por causa da pandemia da covid-19, Lívia passou pouco mais de quatro meses em Belém. Quando retornou, a paraense revelou ter se deparado com um choque de realidade, já que tudo estava fechado no país europeu por conta da doença.
“Morávamos em um hotel, onde tinha uma feira e passavam pessoas de diversos lugares do planeta. Pedimos para vir morar em um apartamento. Íamos no mercado e as pessoas estavam de luvas e mascaras, não sabíamos o que estava acontecendo”, relatou.
Agora, a temporada do futsal espanhol terminou e a atleta vai passar as férias com a família. A expectativa é que seja apresentada como reforço da Esmac para a sequência do Brasileirão Feminino Série A2.
“Espero contribuir com a equipe nesta segunda fase, que é muito importante. Quero ajudar a Esmac a subir mais este degrau na competição, que é bem difícil, e que possamos ter a oportunidade de avançar cada vez”, concluiu.