Cuca é apresentado como técnico do Corinthians e fala sobre condenação por estupro na Suíca
Novo treinador do time enfrenta rejeição da torcida e promete atuar em favor das mulheres. Estreia acontece domingo, em Goiânia.
Cuca, o novo técnico do Corinthians, chegou ao clube sob protestos e foi apresentado nesta sexta-feira (21). Durante a entrevista coletiva, ele abordou o caso de estupro pelo qual foi condenado na Suíça em 1987, junto com outros três jogadores, quando atuava pelo Grêmio.
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Enquanto torcedores protestavam do lado de fora do CT Joaquim Grava, Cuca recebeu a camisa 10 do Timão das mãos do presidente DuÍlio Monteiro Alves. Ele expressou seu desejo de ajudar causas em favor das mulheres, embora tenha esquecido o nome da campanha "Respeita as minas" duas vezes.
"Esse é um tema delicado, um tema pessoal meu. Eu faço questão de falar sobre ele, e vou tentar ser o mais aberto possível quanto a isso, quanto ao que me cabe. É um tema que aconteceu há 30 anos, em 1987, eu fazia, não sei ao certo, estava emprestado do Juventude ao Grêmio, fiquei uns 20 dias para tirar o passaporte. Tenho vaga lembrança de tudo o que aconteceu porque foi há muito tempo. Nessa vaga lembrança que tenho, eu tinha 20 e poucos anos na época. Nós iríamos jogar uma partida, subiu uma menina ao quarto, o quarto era o que eu estava junto com outros jogadores. Era um quarto duplo. Essa foi a minha participação nesse caso. Eu sou totalmente inocente, eu não fiz nada", afirmou Cuca.
Os protestos contra a contratação de Cuca começaram nas redes sociais, depois chegaram aos muros pichados da sede do Parque São Jorge com dizeres como "Fora Cuca" e "Diretoria incompetente". E terminaram na porta do CT, com mais faixas contra o treinador.
"Se a vítima disse que eu não estava e eu juro por Nossa Senhora, que eu amo, que eu não estava, como é que eu posso ser condenado pela internet? O mundo mudou, eu sei disso, sei que a mulher tem uma autodefesa maior, e eu quero fazer parte disso. Eu sou pai, sou avô, sou marido, sou filho. Quero poder cada vez mais ajudar. Por isso estou aqui, um time que tem 53% de torcida feminina. Um time que tem a causa aí, até escrevi aqui, como é que é? Respeita as minas. Venho aqui e tem um protesto, é lógico que vai ter", disse Cuca.
O presidente Duilio Monteiro Alves sabia que o nome de Cuca poderia ser rejeitado e manteve o sigilo por essa razão. Ele preparou o terreno para a repercussão que viria pela frente. E ela foi grande, como ficou claro nas manifestações na internet. A estreia do técnico está marcada para este domingo, às 19h, contra o Goiás, em Goiânia.