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Chapecoense completa dois anos de tragédia sob risco de rebaixamento na Série A

Mandatário da Chapecoense, Plinio David de Nês Filho atribui risco do Z4 e constante troca de técnicos a 'percalços'

Lance

Dois anos depois de perder seus dirigentes, a comissão técnica e elenco na tragédia aérea que matou 71 pessoas na Colômbia, a Chapecoense chega ao fim da temporada de 2018 com um forte desafio dentro das quatro linhas. Neste domingo, diante do São Paulo, na Arena Índio Condá, a equipe tem sua última chance de espantar o risco de um inédito rebaixamento no Brasileirão em 45 anos de história.  


Em entrevista ao LANCE!, o mandatário Plinio David de Nês Filho não esconde sua frustração com o fato de a Chapecoense estar na 16ª colocação da competição. Aos seus olhos, o rendimento instável ocorreu porque os obstáculos de planejamento pesaram mais nesta temporada para o clube:

"Em 2017, tivemos apoios importantíssimos para reestruturar o clube, que estava arrasado, a ponto de chegarmos a grandes conquistas. Mas, a partir deste ano,  não tivemos grandes resultados. Além disto, tivemos de andar com nossas próprias pernas. São situações que alteraram nossa forma de planejarmos a equipe."

O dirigente apontou outro fator que trouxe impacto negativamente para a Chape:

"Aqui na Chapecoense, estamos lidando com uma nova realidade. Sou muito grato ao quanto os clubes nos ajudaram a pagar os salários de jogadores emprestados. Mas, agora, a gente tem de saber caminhar da nossa maneira. Temos este desafio de contar com um orçamento bem inferior em relação a vários clubes da Série A. É hora de nos adequarmos a isto."

APESAR DE DIFICULDADES, SEGUE A CONFIANÇA NA PERMANÊNCIA NA ELITE

A sensação de que a Chapecoense podia render mais também marcou Plinio David de Nês Filho. Segundo o dirigente, oscilações contribuíram para que a equipe chegasse à reta final com 41 pontos em 37 rodadas: 

"Embora nossa equipe, tecnicamente, seja muito boa, tivemos muitos resultados ruins. Foram muitos empates em casa, onde teoricamente devíamos nos impor. Isto contribuiu também para que a gente passasse por mais de uma mudança na comissão técnica."

Claudinei Oliveira é o terceiro treinador da equipe na competição. Gilson Kleina, que iniciou o Brasileirão, durou 17 partidas, enquanto Guto Ferreira foi demitido após 13 jogos. Ambos saíram por maus resultados e porque a ameaça do rebaixamento seguia próxima da Chape. 

"A cultura do futebol brasileiro é um negócio complicado. A gente sofre muita pressão de conselheiros, dos torcedores, de imprensa... Confiamos no Claudinei pela identificação que ele tem com o futebol catarinense. Já tinha ido muito bem no Avaí, além disso já comandou o Santos."

Nos oito jogos com Claudinei Oliveira, o Verdão do Oeste obteve três vitórias, um empate e quatro derrotas. Além disto, chegará à última rodada dependendo apenas de si para se salvar da degola: basta vencer o São Paulo na Arena Índio Condá para seguir na elite. 


No entanto, um tropeço fará a Chapecoense voltar suas atenções para outros jogos. A equipe torcerá por uma derrota do América-MG para o Fluminense, no Maracanã, além de um tropeço do Sport diante do Santos, que medirão forças na Ilha do Retiro. Segundo o site Infobola, o risco do Verdão do Oeste ser rebaixado é de 34%.

Mesmo assim, o mandatário do clube ratifica a confiança que tem no elenco: 

"Estamos convictos de que só dependemos de nós para garantirmos nossa permanência na elite. Todo o grupo está consciente de que tivemos percalços mas, com nosso trabalho, vamos nos firmar."

Plinio David de Nês Filho destaca que a Chapecoense quer, em campo, ratificar sua força:

"Temos de considerar que, no ano em que aconteceu a tragédia, a gente se recusou a aceitar o que a CBF nos propôs, de que ficássemos por três anos sem sermos rebaixados. Continuaremos firmes neste propósito. Lutando em campo."

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