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Autor do primeiro gol de goleiro no Pará, Fabrício largou a profissão e hoje é servidor de Instituto Federal

Ex-goleiro do Remo e Tuna hoje mora em Belo Horizonte e lembrou dos tempos em que atuava no futebol paraense

Fabio Will

Ser jogador de futebol é um sonho de muitos garotos espalhados pelo Brasil e assim ocorreu com o jovem Fabrício Macedo, nascido na cidade de Castanhal (PA), criado em São Miguel do Guamá (PA), mas que possui um carinho por São Caetano de Odivelas (PA).  Fabrício conseguiu trilhar no futebol, foi goleiro da Tuna e do Remo, mas largou a profissão para gerir o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).

Revelado pela Tuna, Fabrício deixou São Miguel do Guamá, cidade onde morou dos dois aos 12 anos para estudar e tentar a sorte no futebol. Os irmãos atletas  Manoel (volante) e Murilo (atacante), que defendiam as cores da Lusa, o levaram para a cidade grande. Rapidamente se destacou nas categorias de base, conquistando títulos e chegando ao profissional.

Ao mesmo tempo, o jovem goleiro conciliava os estudos e os treinos, já que havia passado no vestibular, no curso de odontologia na UFPA. Em 1999 foi a revelação do Parazão, 2000 esteve na campanha muito boa da Lusa na Copa João Havelange, até ser negociado com o Remo.

“Em 2001 assinei com o Remo e não consegui mais conciliar os estudos com os treinos e jogos, pois passei a jogar em um grande clube e tive que optar. Fiquei com o futebol , pois minha família já dependia de mim. Acabou que tranquei o curso de odontologia no quarto ano, já próximo de terminar”, contou.

No Remo o goleiro revezou a posição em 2001 com Ivair no Parazão e posteriormente com o Marcelo Valença, que foi contratado para jogar a Série B. No Campeonato Paraense daquele ano FabrÍcio foi destaque no gol  azulino por pegar vários pênaltis. No ano seguinte se transferiu para a Caldense-MG e conquistou o Campeonato Mineiro, além de ter atuado também no Americano-RJ. Mas ele tinha um talento com os pés e ele marcou história no Pará.

GOL DE GOLEIRO

Fabrício foi o primeiro goleiro a marcar um gol de falta no futebol paraense. O gol foi marcado no dia 30 de agosto de 2004, pelo Castanhal, na Série C, no estádio Baenão. O Japiim venceu a partida por 2 a 1.

“O professor Samuel Candido deixava eu bater, quando jogava na Lusa, mas tínhamos o Cleber, que era o batedor oficial. Tentei bater em um jogo contra o Paysandu, o professor Bira deixou ei cobrar, mas não consegui marcar. Já no Remo peguei a fase do Valter Ferreira, mas ele era um técnico conservador e não dava permissão para cobrar. Aí tive oportunidade no Castanhal, esse gol era para ter saído antes. Esse jogo foi especial, pois foi no final da partida, recebi o apoio dos companheiros. Quando a bola passou da barreira eu já sabia que ela entraria. Depois disso foi êxtase total”, comentou

Quatro anos depois o Baenão foi palco novamente de um gol de goleiro, dessa vez de Adriano Paredão, quando jogava pelo Remo, na vitória de 2 a 1 diante do Tiradentes, pelo Campeonato Paraense de 2008.

FIM DA CARREIRA

Os estudos era mesmo o caminho do goleiro, que após passagem pela União Barbarense-SP, decidiu largar o futebol, após passar em um concurso federal para o Instituto Federal de Goiás. Já com filhos, decidiu retornar a Belém solicitando transferência em 2015. Hoje com 40 anos, Fabrício mora em Belo Horizonte (MG) é formado em gestão publica. Ele garante que o momento é de realização e que possui orgulho de servir a população na nova profissão, dessa vez no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).

“Eu me sinto realizado. Todos os sonhos que tive consegui conquistar. Se o futebol da época fosse como era hoje, talvez eu tivesse chegado mais longe. Mais uma vez tive que optar ou futebol ou família e estudo e hoje o meu trabalho serve a sociedade, não me arrependo da escolha”, contou.

FILHOS

O ex-goleiro dedica seu tempo  também à educação dos seus cinco filhos e agradece a Deus pela família que construiu.

“Meu relacionamento com os filhos é muito bom. Moram todos comigo, sempre converso, muito respeito e sou grato a Deus por ser um pai realizado, pelas oportunidades, pelos filhos que me deu”, comentou.

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