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Após interdições, sustos e anúncio de reforma, Mangueirão se despede do mês em que fez 42 anos

Mês de março marcou o aniversário de 42 anos do estádio Olímpico do Pará

Braz Chucre

No mês em que completou 42 anos, o Mangueirão ainda é o principal estádio de futebol paraense, servindo de palco para os grandes eventos esportivos, sociais e culturais. No momento atual é local de amparo às pessoas em situação de rua para amenizar o risco de contaminação do novo coronavírus. Visto já fora dos padrões dos estádios modernos do país, em sua maioria arena de futebol, o Colosso do Benguí vai passar por uma geral para se adequar à necessidade do torcedor paraense. Até porque é um local que nasceu como residência de sonhos.

A reforma do estádio, que já faz parte do planejamento do Governo do Estado, vai transformar, inclusive, a aparência do lugar. Com o alongamento das cadeiras até próximo ao gramado, a sensação será similar à vivida nas arenas do futebol atual.

O engenheiro Antônio Couceiro concorda com a revitalização do Olímpico, contudo, sua preocupação se restringe aos jogos entre Remo e Paysandu no Baenão ou Curuzu caso do fechamento do Mangueirão. Lembra que anos atrás se podia jogar no Baenão ou Curuzu.” Lembro que nós íamos à pé da Curuzu para o Baenão. Jogava, ganhava ou  perdia e voltava na normalidade. Tempos são diferentes agora. O Mangueirão ainda tem muita ‘saúde’ para aguentar jogos”, destaca.

No começo de 2019, o Mangueirão apresentou problemas na sua estrutura. A parte do teto arquibancada do lado A caiu. O campeonato paraense sofreu retardamento no início. O Governo do Estado procedeu os reparos necessários. Neste ano, recentemente, novo problema apareceu num momento em que Remo e Paysandu jogariam pelo Parazão. O Re-Pa foi realizado sem problema, entretanto, após o incidente o Governo do Estado anunciou o fechamento para um novo o reparo, mas sem determinar o tempo do começo. A pandemia do novo coronavírus está atrasando o início das obras.

HISTÓRIA

Erguido numa área física de 524.375 m3 à margem da rodovia Augusto Montenegro, o Mangueirão começou a ser construído no começo de 1971, mas um ano antes, teve sua pedra fundamental lançada pelo então governador Alacid da Silva Nunes sob olhares dos dirigentes locais e outra autoridades.

O arquiteto Alcir Meira teve a primazia de planejar toda vertente da construção da imponente obra que levou mais de sete anos para sua conclusão, que aconteceu em março de 1978. Ao longo das quatro décadas já sofreu reparos, além de ser transformado em estado olímpico, inclusive com troca de nome.

Inicialmente, foi projetado para 100 mil, depois baixou para 70 mil e quando virou estádio olímpico teve sua capacidade para 45 mil pessoas. Mas, por conta da segurança do torcedor, o estádio sofreu nova redução e o momento atual o máximo da carga de público é na ordem de 35 mil pessoas.O Mangueirão tem sua história dividida em duas épocas. Uma antes e uma depois, ambas interligadas à vida gloriosa do estádio. Antes, era conhecida por ‘Bandolão’, por ter apenas um lado- Bengui- com arquibancada. O torcedor paraense esperou bom tempo para vê-lo todo concluído. 

ANTES DO GLAMOUR

O gramado foi inaugurado com o jogo de futebol mirim entre Remo e Payandu que acabou empatado por a 1a 1. Iram, do Paysandu, então com nove anos, marcou o primeiro gol no Mangueirão. Cerca de 24 mil pessoas estiveram na festa com a presença do governador Fernando Guilhon que premiou os atletas.

O primeiro jogo extraoficial do estádio aconteceu no dia 20 de fevereiro de 1978 entre Clube do Remo Operário-MS pelo Campeonato Brasileiro de 1977. Foi de portões abertos. O jogo no Baenão foi suspenso devido o desabamento do alambrado do lado da Av. Romulo Maiorana.

A inauguração oficial do Mangueirão aconteceu no dia 4 de março de 1978. A seleção paraense - formada por jogadores de Remo, Tuna e Paysandu -, venceu um selecionado do Uruguai por 4 a 0, em confronto amistoso. Oficialmente, primeiro gol da história do estádio foi marcado por Mesquita, jogador do Remo, na época e hoje funcionário do estádio ocupando a função de engenheiro agrônomo.

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