Governo anuncia reforma em centros de treinamento de Remo e Paysandu; entenda
Clubes irão apresentar projetos após reunião com governo e empresa mineradora; não há prazo para início das obras
A possibilidade de novos centros de treinamento para Clube do Remo e Paysandu Sport Club voltou ao centro do debate nesta terça-feira (23), após o anúncio de uma parceria articulada pelo governador do Pará, Helder Barbalho, com a mineradora Vale. De acordo com o governo, a mineradora vai construir os CTs dos dois principais clubes do Estado, tema considerado um dos principais entraves estruturais tanto do Leão quanto do Papão nos últimos anos. O anúncio foi feito após uma reunião que reuniu representantes do governo, da empresa e das diretorias azulina e bicolor.
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A carência de centros de treinamento adequados é tratada internamente como um problema crônico nos dois clubes. O Remo chegou a investir recentemente na aquisição de um terreno em Outeiro, mas enfrenta dificuldades técnicas e financeiras para transformar a área em um CT funcional. Na prática, o elenco profissional quase não utiliza o espaço para treinamentos. Já o Paysandu conta com o CT Raul Aguilera, que apresenta uma estrutura mais avançada em relação ao rival, mas ainda distante do ideal, o que faz com que o time, em diversas ocasiões, também precise recorrer a Curuzu para treinar.
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Durante o encontro, Helder Barbalho afirmou que a reunião marcou o início formal das tratativas.
“O governo apresentou à Vale a importância da aproximação da empresa com Remo e Paysandu. Nada é mais estratégico do que um centro de treinamento para a formação das categorias de base e o fortalecimento do futebol profissional. Agora, os clubes irão apresentar seus projetos à empresa, que, aceitando a proposta, poderá realizar as obras e entregar os centros prontos”, declarou o governador.
Pelo lado do Paysandu, o presidente Márcio Tuma destacou a dimensão do projeto para além do futebol. “Queremos ser um polo atrativo, contar com esse apoio para que a gente ajude não só a transformar o esporte, mas também a própria sociedade paraense”, afirmou. Já o presidente do Remo, Tonhão, que participou da reunião por vídeochamada, adotou um tom cauteloso, mas positivo ao comentar o avanço das conversas. “É um momento de alegria e satisfação com essa parceria de incentivo ao esporte paraense”, disse.
A ausência de CTs dentro do padrão exigido pelo futebol moderno tem impacto direto no desempenho esportivo e, sobretudo, na formação de atletas. Sem estruturas adequadas, os clubes perdem competitividade, reduzem a capacidade de revelar jogadores locais e ficam em desvantagem em um mercado cada vez mais profissionalizado, no qual a base e a rotina de treinamento são decisivas.
Apesar do anúncio, ainda não há prazos definidos para que Remo e Paysandu apresentem seus projetos à mineradora, nem previsão para o início das obras. A parceria segue em fase inicial, condicionada à análise das propostas técnicas e à formalização dos próximos passos.
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