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Acima do marketing, reeducação: dupla Re-Pa aponta resultados das ações contra as discriminações

Vários casos preconceituosos dentro do futebol foram noticiados nas últimas semanas

Andre Gomes

Os últimos dias evidenciaram o quanto o futebol e, principalmente, a sociedade ainda precisa evoluir. O meia Gerson do Flamengo denunciou um suposto racismo do meia do Bahia Índio Ramírez. O jovem Luiz Eduardo, de 11 anos, viralizou com um vídeo em relatou que relatou também ter sido alvo de racismo em um jogo em Goiás. Para completar o cardápio, radialistas sugeriram que o time feminino do Internacional jogasse de 'fio dental'.

Campanhas de conscientização são cada vez uma constante entre os clubes de futebol e nos últimos tempos e a dupla Re-Pa está cada vez mais envolvida em ações educativas. Mas tão importante quanto as manifestações, é a efetividade delas. Por isso, a equipe de OLiberal conversou com os responsáveis por esta área de Remo e Paysandu, para saber quais os resultados destas ações.

Paysandu

Nos últimos anos, o Paysandu - assim como o Remo - tem sempre se juntado à campanha WeRemember (nós lembramos), em repúdio ao holocausto e todas as formas de preconceitos. Vale lembrar que no mês de outubro, os jogadores então do sub-23, o volante George e o atacante Debu, denunciaram racismo na saída de um treino, ao serem revistados por policiais, sem que nada justificasse a abordagem.

Em conversa com o diretor de marketing do clube, Yussef Leitão, ele destacou as políticas de espaço e visibilidade da mulher: "A gente tem a Aline, que foi técnica e ocupou o cargo de diretora do futebol feminino e levou o time à final, o que foi uma evolução. Na Rádio Lobo, transmitimos todos os jogos com a narração de Jéssica Furtado e comentários de Gabi Gutierrez. No Dia da Mulher fizemos um mural na Curuzu e um clipe, com um grupo formado só por mulheres, de fortalecimento do empoderamento. É esse espaço que estamos tentando dar às profissionais", contou Yussef.

Remo

Assim como o caso dos jogadores do Paysandu, o volante Gelson também foi alvo de racismo por um torcedor do Remo. Essa situação e a luta contra o preconceito racial fez com que o Leão lançasse camisas com as frases: "Colorismo, Pigmentocracia e Miscigenação. Histórias construídas na base da Violência" e “Se você é racista, não seja remista”.

O diretor de marketing azulino Renan Bezerra falou sobre os resultados das mais diversas ações do clube: "O sucesso e eficácia das campanhas são atestadas nas próprias redes. Tem diminuído bastante os comentários de qualquer grau discriminatório. Isso é muito importante, pois aumentou a quantidade de torcedores que defendem as pautas progressistas. Não é puramente uma estratégia de marketing e mercadológica. Isso posiciona a marca e o Clube nessa vanguarda do que a gente espera de uma sociedade menos desigual", finalizou.