Criança de 8 anos é vítima de injúria racial ao usar camisa do Real Madrid com nome de Vinicius Jr
Tia da menina de oito anos relata que torcedores do Atlético de Madrid chamaram a criança de "macaco" por usar a camisa do atacante brasileiro Vini Jr.
Uma criança de apenas oito anos foi vítima de injúria racial por usar uma camisa do jogador brasileiro Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, durante o clássico contra o Atlético de Madrid, no último domingo (24), no estádio Civitas Metropolitano, pelo Campeonato Espanhol. A menina foi submetida a uma série de insultos racistas e ameaças por parte de torcedores do time rival.
Segundo relatos da tia da menina, os torcedores radicais do Atlético de Madrid chamaram criança de "macaca" e chegaram a ameaçar sua vida nos arredores do estádio. "Sou Atlético desde que nasci. Começaram a cantar "Vikingo não", "macaco", "preta de merd*". Não sabia que era com a gente, jamais imaginaria que era por causa da menina. Até que um cara se aproximou, me deu uns golpes no braço e disse: "Sai daqui ou vamos matar essa criança de merd*". Uma barbaridade os insultos e tudo mais. Aí você olha e vê muita gente, uma multidão apontando para a garota, a insultando e xingando", disse a tia em entrevista à rádio espanhola SER.
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A tia teve uma crise ansiedade na hora e retirou a criança do local às pressas. Ela revelou que a experiência causou traumas na sobrinha. "A tirei de lá o mais rápido possível enquanto tapava o escudo e a camisa. Na primeira noite (depois do jogo), acordou várias vezes pensando que estavam atrás dela. Tinha muitos pesadelos. Não sabe por que aconteceu aquilo tudo e me pediu para não levá-la mais de volta a um estádio", contou.
A mulher apresentou queixas à polícia espanhola, relantando os gritos de ódio que foram direcionados à menina, como "madridistas filhos da p***, saiam daqui que vamos cortar sua boca e matar vocês". A Liga Espanhola de Futebol (LaLiga) também denunciou o caso ao Ministério Público da Espanha.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)