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Uefa avalia suspensão de Israel de competições europeias e pode votar medida na próxima semana

O próximo compromisso de Israel nas Eliminatórias será contra a Noruega, no dia 11 de outubro

Estadão Conteúdo

Em meio a denúncias de violações de direitos humanos em Gaza, a Uefa pode votar já na próxima semana a suspensão de Israel de competições europeias. Segundo a Reuters, secretários-gerais das federações nacionais se reúnem em Marbella, e a expectativa é de que o tema entre na pauta.

A pressão internacional para isolar Israel pelo esporte tem aumentado nas últimas semanas. Na última terça-feira, especialistas independentes da ONU fizeram um apelo para que tanto a Fifa quanto a Uefa excluam o país de suas competições. "As instâncias esportivas não devem fechar os olhos diante das graves violações dos direitos humanos. As seleções nacionais que representam Estados responsáveis por violações podem e devem ser suspensas, como já aconteceu no passado", destacaram.

O governo dos Estados Unidos, no entanto, já havia se posicionado contra qualquer sanção. "Trabalharemos para impedir totalmente qualquer tentativa de banir a seleção nacional de futebol de Israel da Copa do Mundo", disse um porta-voz do Departamento de Estado à Sky News.

Os EUA são um dos países-sede da Copa do Mundo de 2026, ao lado de México e Canadá. Mesmo que a suspensão seja aprovada pela Uefa, a medida não teria impacto direto no Mundial, já que o torneio é organizado pela Fifa.

O próximo compromisso de Israel nas Eliminatórias será contra a Noruega, no dia 11 de outubro. Segundo a emissora NRK, a Federação Norueguesa de Futebol tem liderado os esforços para pressionar a Uefa a discutir o caso. A presidente da entidade, Lise Klaveness, afirmou que a comunidade esportiva não pode ignorar a crise humanitária em Gaza e anunciou que toda a renda do jogo será destinada a ações de ajuda emergencial.

A Federação Turca de Futebol também se posicionou. O presidente, Ibrahim Haciosmanoglu, enviou carta à Uefa pedindo a proibição de Israel de competições europeias. "Apesar de se posicionarem como defensores dos valores cívicos e da paz, o mundo esportivo e as instituições do futebol permaneceram em silêncio por muito tempo", escreveu Haciosmanoglu.

Na Espanha, o governo também tem endurecido o discurso. O porta-voz do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) no Congresso, Patxi López, afirmou que o país poderia abrir mão de disputar a Copa do Mundo caso Israel garanta vaga no torneio. A decisão teria caráter de boicote diante dos ataques israelenses contra a Palestina.

De acordo com o UOL, a medida avaliada pelo Consejo Superior de Deportes (CSD) estaria amparada pela Ley del Deporte e por um decreto de 1982, que garante ao governo o poder de liberar ou vetar a participação de seleções em competições internacionais com aval do Ministério das Relações Exteriores.

O primeiro-ministro Pedro Sánchez também defendeu publicamente a exclusão de Israel de eventos esportivos. As declarações ocorreram em agosto, depois que protestos pró-Palestina contra a equipe de ciclismo Israel-Premier Tech levaram ao cancelamento da Vuelta a España na reta final da competição.

SITUAÇÃO NAS ELIMINATÓRIAS

Na corrida por uma vaga na Copa, Israel ocupa atualmente a terceira posição do Grupo I das Eliminatórias europeias, com nove pontos - empatado com a Itália, que está em segundo lugar. A Noruega lidera a chave com 15 pontos.