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Salah questiona Uefa sobre ex-jogador palestino assassinado: 'Como morreu?'

O ex-jogador de 41 anos, que deixou esposa e cinco filhos, foi assassinado por tropas israelenses quando buscava comida em Gaza.

Estadão Conteúdo

O astro egípcio Mohamed Salah, do Liverpool, questionou a nota de pesar publicada pela Uefa, órgão que organiza o futebol europeu, ao ex-jogador de futebol palestino Suleiman Al-Obeid. Segundo a Associação Palestina de Futebol (PFA), ele foi baleado e morto pelas forças israelenses, na quarta-feira, enquanto aguardava ajuda em meio à multidão perto de um local de distribuição no sul de Gaza.

"Pode nos dizer como ele morreu, onde e por quê?", perguntou Salah, em resposta ao comunicado da entidade, nas redes sociais. O goleador do Liverpool se mostrou incomodado com o tom da nota, sem qualquer referência às circunstâncias da morte do jogador de 41 anos, que deixou esposa e cinco filhos.

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Em comunicado publicado na plataforma X (antigo Twitter), a Uefa dá "Adeus a Suleiman Al-Obeid, o 'Pelé palestino'. Um talento que deu esperança para incontáveis crianças, mesmo nos tempos mais escuros". A Associação Palestina de Futebol divulgou nota atribuída ao presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, na qual ele diz estar "profundamente entristecido pela morte trágica" de Al-Obeid, cujo "falecimento é uma grande perda para o mundo do futebol e para todos que compreendem o poder inspirador do esporte".

Apelidado de "Pelé palestino", Al-Obeid iniciou sua carreira em um clube local, o Khadamat Al-Shati, e marcou mais de 100 gols ao longo da carreira. Pela seleção do Palestina, ele disputou 24 partidas internacionais e anotou dois gols.

O ex-jogador francês Eric Cantona, outro ídolo do futebol inglês, também publicou uma foto de Al-Obeid e fez duras críticas ao exército israelense, acusando-o de cometer genocídio em Gaza. "Israel acaba de matar o craque da seleção palestina Suleiman Al-Obeid enquanto esperava por ajuda em Rafah. Ele era apelidado de "O Pelé da Palestina". Por quanto tempo mais vamos deixá-los cometer esse genocídio?", publicou em sua conta no Instagram.

Segundo a associação, a morte de Al-Obeid elevou para 662 o número de atletas e dirigentes esportivos palestinos mortos desde o início da guerra, há quase dois anos, provocada por um ataque do Hamas em território de Israel em outubro de 2023. Os ataques aéreos e terrestres israelenses, em resposta, mataram dezenas de milhares de pessoas em Gaza, deslocaram a maior parte da população, destruíram vastas áreas e empurraram o território para a fome.