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Renato Gaúcho propõe desafio a jornalistas e desabafa: 'Muitos não acreditavam no Fluminense'

Estadão Conteúdo

Orgulhoso pela campanha do Fluminense no Mundial de Clubes e elogiado pelos diferentes esquemas táticos que implementou durante a competição, Renato Gaúcho considera que ele e os técnicos brasileiros não são valorizados como deveriam no Brasil.

Ele questionou jornalistas que criticam os técnicos e seus métodos sem conhecerem profundamente nuances táticas e afirmou que provou que "enxerga o jogo". Confiante, o gaúcho propôs um desafio à imprensa.

"Muita gente gosta de criticar, mas a pergunta que faço pra vocês é: quantos de vocês entendem de parte tática? Será que vocês entendem mais que um treinador de tática? Mais que alguém que convive com os jogadores todos os dias", questionou.

"Se pegar alguns de vocês (jornalistas) e quatro ou cinco treinadores, e nós perguntarmos sobre parte tática, será que vocês se garantem? Respeito a opinião de vocês, mas muitos não entendem e querem criticar o treinador."

"Não comprei títulos, conquistei trabalhando. No Grêmio, teve temporada que implementei três ou quatro esquemas de jogo. Nesta Copa do Mundo, implementei esquemas diferentes e tem dado certo", acrescentou o treinador.

Renato repetiu que o Fluminense é o "patinho feio" entre os quatro melhores do mundo, já que o elenco do Chelsea, por exemplo, é mais de dez vezes mais caro que o do time carioca e apontou favoritismo para os ingleses. O que não quer dizer, porém, que são pequenas as chances de seu time ir à decisão.

"A gente veio pra fazer história. Desde o início falei aos atletas que a gente tinha que acreditar no nosso sonho. Financeiramente, são bem melhores que nós (o Chelsea), mas o futebol é decidido dentro do campo", salientou.

O técnico espera que a postura de seus atletas seja a mesma que viu nos cinco jogos anteriores, sobretudo nas oitavas e nas quartas. Concentrados e capazes de não só defender porque será desgastante apenas ficar sem a bola no calor que tem feito em East Rutherford, mas também de atacar quando surgirem os espaços.

"Vamos enfrentar um adversário muito poderoso. A gente vai respeitar, mas a gente vai jogar. É o que temos feito neste Mundial".

Como faz no Brasil, ele tem ouvido os atletas antes, durante e depois das partidas. É uma característica que preservou ao longo dos anos. Contra a Inter de Milão, por exemplo, ouviu uma sugestão tática de Thiago Silva durante a parada para hidratação e concordou com o capitão. O plano foi posto em prática e o Flu segurou os italianos para se classificar.

"É um relacionamento de pais com os filhos: você tem que conversar e ensinar da mesma forma que faz com seu filho", comparou. "Não sou aquele treinador que determino, falo e não escuto ninguém. Sou um cara do diálogo porque aprendo muito com os jogadores. Muitas vezes não estou vendo e eles me mostram, como aconteceu com o Thiago Silva".

"A última palavra é minha, mas eu troco ideia e valorizo meu grupo, em todos os sentidos. É sempre bom conversar porque o jogador se sente valorizado também", adicionou.

Fluminense e Chelsea duelam no MetLife Stadium nesta terça-feira, às 16h (de Brasília). Quem avançar pegará PSG ou Real Madrid na decisão do Mundial, marcada para o dia 13, domingo, também às 16h.