Cadillac estreia na F-1 sem piloto dos Estados Unidos no grid
Equipe americana aposta em Bottas e Pérez para temporada de 2026 e adia plano de ter piloto do país na categoria
A Cadillac, mais nova equipe da Fórmula 1, revelou nesta semana os pilotos que defenderão suas cores a partir de 2026: o finlandês Valtteri Bottas e o mexicano Sergio Pérez. A escolha frustra parte dos fãs americanos, que esperavam ver um representante dos Estados Unidos na equipe que se autointitula 100% americana.
A iniciativa foi concebida pelo ex-piloto Michael Andretti, em 2021, com a proposta de montar um projeto nacional: carro, equipe e piloto norte-americanos, abastecidos por motor americano. O nome mais cotado para o cockpit era o de Colton Herta, da Indy. No entanto, o cenário mudou após a entrada de Dan Towriss, da TWG Global, que assumiu a liderança do projeto ao adquirir a Andretti Global.
Equipe busca piloto americano, mas foca em experiência
Em maio, durante o Grande Prêmio de Miami, Towriss afirmou que ainda há o desejo de contar com um piloto dos EUA, mas somente quando houver um nome pronto para assumir a responsabilidade. Herta, principal aposta inicial, não tem os pontos necessários para obter a Superlicença exigida pela F-1. Para uma equipe estreante, a escolha por nomes experientes se tornou essencial.
A contratação de Bottas e Pérez segue essa linha. Ambos estão fora do grid atual, mas toparam o desafio de abrir mão de vitórias em troca de participar da construção de um projeto inédito. “Não é voltar ao grid com uma equipe regular para lutar por pódios, é um projeto em si”, disse Pérez.
Bottas e Pérez assumem papel estratégico na estreia
Valtteri Bottas, atualmente reserva da Mercedes, vinha dando sinais do retorno à F-1. Publicações enigmáticas nas redes sociais, inclusive com referências à Cadillac, anteciparam o anúncio. O finlandês destacou o alinhamento de prioridades com a equipe: “Não precisamos provar nada para ninguém. Podemos colocar a equipe em primeiro lugar.”
O compromisso é de longo prazo. A Cadillac quer crescer com consistência e, por isso, priorizou pilotos que compreendem o processo de evolução. A equipe deve entrar também nas categorias de base da F-1 e montar um programa de desenvolvimento de jovens talentos.
Herta segue fora da F-1, mas pode ganhar nova chance
Embora ainda esteja nos planos da equipe, Herta segue fora do radar imediato da F-1. Já se passaram quatro temporadas desde que ele começou a buscar os pontos necessários na Indy para obter a Superlicença. Especula-se que Towriss avalia transferi-lo para a Fórmula 2, mas nem ele nem o piloto comentaram o assunto.
“Para ser sincero, não tenho nenhum comentário a fazer sobre isso”, afirmou Herta, que completa 26 anos em 2026. Ele chegou a declarar dúvidas sobre o interesse em deixar sua atual equipe na Indy.
Apesar disso, o chefe da equipe, Graeme Lowdon, reafirmou o desejo de alinhar um piloto americano no futuro. “Sabemos, pelo feedback dos fãs, que eles adorariam ver um piloto americano em uma equipe americana com um motor americano também”, disse.
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