Paixão: Jorginho de Castro diz ter ‘sangue azul e verde’
O ex-craque está indeciso entre Remo e Tuna, que disputam vaga na final do Campeonato Paraense
Jorginho de Castro, da linhagem dos grandes craques produzidos pelo futebol paraense, vive dilema crucial, tipo do bordão ‘entre a cruz e a espada’. Tudo por conta do clássico Remo e Tuna, jogo que define o time que vai para a decisão do Campeonato Paraense de 2021. O coração do ex-craque está dividido e ele diz que vai ‘ficar em cima do muro’ sobre o resultado do jogo.
Atualmente com 63 anos, Jorginho de Castro se criou no Remo, mas ganhou projeção na Tuna com seu futebol de primeira qualidade. Já formado profissionalmente e bem conceituado, voltou ao Baenão, onde encerrou sua carreira.
Filho de Jorge Castro, carioca, ponta-direita que se notabilizou no ataque azulino nos anos de 1960, Jorginho se criou dentro do Remo. “Viemos de Recife para cá, e eu e minha irmã fomos morar na concentração do clube, que funcionava na Almirante Barroso, entre a Antônio Baena e a Curuzu".
“Então, a minha história, minha índole, é remista. Aos 13 anos fui para a Tuna, clube que sempre foi aberto aos jogadores que buscam oportunidade, diferente de Remo e Paysandu. Naquela época treinei no Remo. Lembro que em 1973 o Remo foi campeão e o lateral Rosemiro me deu sua chuteira. Todo gaboso e sonhando ser jogador do Remo igual a meu pai, fui treinar com o Alberto Sousa, técnico das categorias de base. Ele, porém, me colocou em campo apenas cinco minutos. Peguei na bola uma vez e o treino terminou. Aquilo me aborreceu. Em casa, o papai me perguntou se fui bem, concordei que sim para evitar briga”, recorda.
Tunante
Já morando na Av. Dr. Freitas, mas próximo ao Souza, Jorginho aceitou convite para treinar na Tuna.
"Levei a minha chuteira ganha do Rosemiro. Ah, foi assim, abraço, pois cheguei numa quarta-feira e num domingo já estava estreando pela Tuna. Foi uma coisa muito rápida. O saudoso Manoel Chipelo pagou meu colégio. A Tuna é minha casa. Hoje sou tunante, embora tenha sentimento de glória pelo Remo. Tenho ‘sangue azul’ por causa do meu pai, mas em se tratando de campeonato, de hegemonia, gostaria de que houvesse empate ou a Tuna ganhe de 1 a 0. Se o Remo ganhar vou ficar satisfeito, mas se a Tuna vencer aí vou ficar mais satisfeito, porque se trata do clube que me projetou no futebol".
"Tenho sangue azul, mas em se tratando de futebol profissional meu sangue é verde e sou conhecido como ‘Jorginho de Castro da Tuna'. Nunca fiz ‘corpo mole’ contra o Remo”.
Sob o prisma do jogo desta quarta-feira (12), Jorginho de Castro comenta que será um grande jogo. Para ele, a Tuna está num nível evolutivo sob comando de um bom treinador que está fazendo ‘história’ e com jogadores que buscam seu espaço. "Ninguém acreditava nela [Tuna] e ela já está na Série D. E pode até pode chegar à Copa do Brasil". "Espero que a Tuna faça um bom jogo. Difícil, é, mas é fazer como fazíamos: superação, responsabilidade, comprometimento com a vitória. O Remo é muito melhor que todos. Está bem organizado, um treinador muito bom. O Remo no momento é o melhor do campeonato. Futebol, porém, se ganha dentro de campo”, destaca.
Jorginho jogou pelo Remo no ano de 1982, na Taça de Prata, no tripé do meio campo com Chico Alves e Mesquita. Seis anos depois, já parando, voltou para compor o ‘Esquadrão Cabano’. O time era: Altemir; Anésio, Tonho, Marcelo e Nazareno; Filiba, Ondino e Jorginho de Castro; Aleixo, Rildon e Jorginho Macapá.
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