Fair Play financeiro: 27 clubes se inscrevem para grupo que vai criar regras junto da CBF
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recebeu inscrições de 27 clubes interessados em integrar o grupo de trabalho que vai elaborar as bases do Fair Play financeiro no futebol brasileiro. Oito federações estatuais também têm interesse em participar. O coordenador das atividades será o vice-presidente da entidade, Ricardo Gluck Paul.
São 15 agremiações da Série A: Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Sport e Vasco. Entre os da Série B, estarão América-MG, Athletico-PR, Avaí, Botafogo de Ribeirão Preto, Chapecoense, CRB, Ferroviária, Goiás, Novorizontino, Paysandu, Remo e Volta Redonda. As federações são de Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Sergipe.
Os inscritos ainda não estão garantidos no grupo. A ideia é que haja um filtro para assegurar diversidade regional, representação de diferentes modelos de gestão e equilíbrio entre os diversos segmentos do futebol nacional.
"Quando mais diversidade, melhor. Queremos SAF, não SAF, clube-empresa sem ser SAF, clubes de alto endividamento, baixo endividamento, superavitário...", citou Paul em conversa com o Estadão no começo do mês.
A CBF não tem prazo para fechar o grupo, mas planeja concluir a formação "nos próximos dias". A primeira reunião oficial do grupo será após o Mundial de Clubes, que tem a final em 13 de julho. Depois, serão 90 dias até a apresentação da proposta final do que a CBF chama por Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF).
O Corinthians é o único grande de São Paulo que não está entre os inscritos, segundo a CBF. Questionado pelo Estadão, o clube disse que enviou um ofício solicitando à entidade a participação. As inscrições ficaram abertas entre os dias 9 e 14 de junho, via formulário.
Além de clubes e federações, a portaria que lançou o grupo prevê a participação de consultores técnicos independentes, "com notório saber nas áreas de finanças, contabilidade, governança, direito desportivo ou administração esportiva, que atuarão de forma consultiva e voluntária".
FAIR PLAY FINANCEIRO É DEMANDA ANTIDA DOS CLUBES, QUE DEMOROU A SER ATENDIDA Paul foi um dos players que articulou a candidatura de Samir Xaud à presidência da CBF, após o afastamento de Ednaldo Rodrigues. Mesmo os cartolas que participaram deste movimento evitam criticar diretamente a antiga gestão. Entretanto, o vice acredita que a pauta não avançava até então por "desapego ao debate" e "centralização".
"Pneu careca no gelo não sai do lugar. Tem de gerar atrito para movimentar. Atrito é desejável. Isso foi um dos elementos que nos uniu (na CBF). Precisamos conversar mais, ouvir críticas, criticar, sempre com os clubes", avaliou Paul.
O Fair Play financeiro foi uma das promessas de Xaud durante a curta campanha que teve. O discurso foi mantido após a eleição. O dirigente apresentou o assunto entre as suas prioridades para o mandato que vai até 2029.
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