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Crise na CBF pode 'melar' vinda de Ancelotti para a seleção? Entenda o cenário

O profissional de 65 anos fez exigências contratuais pedindo garantias de que, independentemente de quem seja o dirigente à frente da entidade, a estrutura do futebol não seja alterada

Estadão Conteúdo

O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ligou o alerta dos torcedores sobre a possibilidade de o negócio com o técnico Carlo Ancelotti ser desfeito. Apesar do cenário de incerteza no comando da entidade, o acordo com o treinador italiano está "blindado" e a possibilidade de ser desfeito está fora de cogitação.

O Estadão apurou que Ancelotti está tranquilo com relação às últimas notícias envolvendo a CBF. O profissional de 65 anos fez exigências contratuais pedindo garantias de que, independentemente de quem seja o dirigente à frente da entidade, a estrutura do futebol não seja alterada.

Na ausência de uma comissão técnica, o diretor executivo Rodrigo Caetano e o gerente de futebol Juan têm sido responsáveis por acompanhar os jogos e elaborar relatórios para Ancelotti. Eles se reuniram nesta semana para debater os nomes que vão estar na pré-lista de convocados para os jogos contra Equador e Paraguai que deve ser entregue à Fifa até o dia 18 deste mês.

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Ednaldo foi afastado do cargo por decisão da Justiça do Rio, designada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar uma possível fraude no acordo que manteve o dirigente no poder. Uma perícia indicou que a assinatura do ex-vice-presidente Coronel Nunes, um dos signatários, seria falsa. A decisão cabe recurso.

A Justiça fluminense determinou que Fernando José Sarney, vice-presidente da CBF e filho do ex-presidente da República José Sarney, aja como interventor e convoque uma eleição para os cargos diretivos "o mais rápido possível". O dirigente afirmou ao Estadão que "ainda não é momento eleitoral".

Horas após o afastamento de Ednaldo, parte das federações "largaram a mão" do dirigente. Em um documento assinado por 19 das 27 filiadas da CBF, os presidentes manifestaram se o momento de a entidade "virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol". Samir Xaud, chefe da federação roraimense, desponta como favorito ao pleito.

Reeleito por aclamação em março deste ano, Ednaldo tinha Ancelotti como o treinador dos sonhos para a seleção. As investidas pelo italiano começaram ainda em 2023. O anúncio de Ancelotti como novo técnico do Brasil foi considerada uma vitória política do dirigente, mas não foi suficiente para arrefecer adversários e mantê-lo no cargo.

Ancelotti irá se apresentar à seleção brasileira em 26 de maio, quando vai fazer a convocação para os jogos contra Equador e Paraguai. Até lá ele continua como técnico do Real Madrid e cumpre compromissos com o clube espanhol até o fim da temporada europeia. Seu contrato com a CBF é de aproximadamente um ano, até o fim da Copa do Mundo de 2026.