Conheça a história da vida do artilheiro de todos os tempos do Paysandu
Papão pena pela falta de gols, mas já teve vários grande artilheiros
Na última terça-feira, 2, o Paysandu mandou embora o atacante Moisés e o motivo não foi indisciplina, mas devido o Papão não suportar mais a seca de gols do jogador que aqui chegou no início desta temporada, com o cartão de visita de “goleador”. Moisés chegou com cartaz e era a grande esperança do Bicolor para desbravar as defesas adversárias nas competições que iria encarar, como o Parazão, a Copa Verde, a Copa do Brasil e a Série B. Todavia, ao passar do tempo e com os constantes jogos nas várias competições o cartaz de Moisés não se mostrou produtivo. Cadê os gols do Moisés? Era o grito da galera bicolor que se ouvia nas arquibancadas.
E olha a luta dos técnicos – treinador é quem cuida de cavalos de corrida – a começar por Marquinhos Santos, Dado Cavalcanti, Guilherme Alves e agora por último, João Brigatti, para mostrar o melhor posicionamento ao Moisés, nos treinamentos técnicos, para que o presumível artilheiro achasse o caminho do gol. A trabalheira dos técnicos foi em vão. Moisés completou 35 jogos pelo Paysandu e não conseguiu anotar nenhum gol. A paciência dos dirigentes do Papão esgotou e providenciou-se o malfadado “bilhete azul” ao atacante, que mesmo antes de chegar ao Paysandu estava há dois anos sem fazer um golzinho em outros clubes...
O autor desta reportagem que acompanha o futebol paraense desde 1960, nestes 58 anos assistiu a era de ouro da dupla Re-Pa, que formou equipes fortíssimas, que competiam palmo a palmo em busca dos títulos do Campeonato Paraense e exibiu atacantes que faziam jus à fama de artilheiros. No caso do Remo, podem ser citados Chaminha, Câmara, Amoroso, Zequinha, Rangel, Caíto, Zezé, Alcino, Roberto, Marcelino, Jeremias, Luizinho das Arábias, Mesquita, Ageu Sabiá, Edil, Bira, Luciano Viana, Dadinho, entre outros tantos que empolgaram a galera azulina e arrancavam aplausos, deixando seus nomes gravados com letras de ouro na memória do torcedor do Leão Azul. No caso do Paysandu, que com o desempenho pífio de Moisés motivou este trabalho, contou também com grandes artilheiros – e não com “matadores”, pois estes estão lá nas celas da penitenciária – a partir dos anos 60, quando o autor começou a se fazer presentes aos estádios.
O Papão foi pródigo na sua fase áurea de ganhar títulos em contar com atacantes que não titubeavam na hora da definição, frente a frente com o goleiro adversário e raramente erravam o caminho do gol. No caso do Paysandu, é fácil lembrar dos grandes definidores na hora do balançar das redes: Tony, Vila, Ércio, Cacetão, Pau Preto, Carlos Alberto, Estanislau, Edson Piola, Robilota, Hélio Cruz, Zezinho, Da Costa, Tuica, Cabinho, Dario, Chico Spina, Almir, Moreira, Bacuri, Nilson, Jorge Costa, Robgol, Vandick, Jobson, e principalmente Bené, o maior artilheiro que passou pelo Paysandu em seus 104 de fundação.
BENÉ
Bené (à direita na foto acima, ao lado do filho Alexandre) nasceu na cidade de Amparo (SP), no dia 4 de julho de 1942 e como todo garoto começou a se exercitar na várzea de sua cidade natal e logo mostrou sua capacidade de se constituir em temível artilheiro. Seu primeiro clube foi o Operário, do Paraná, logo despertando a atenção do Vasco da Gama, que o levou para o Rio de Janeiro nos primeiros anos da década de 60. No Vasco da Gama, passou a atuar nos aspirantes e logo ascendeu ao time profissional, já em 1964, integrando a embaixada vascaína que efetuou excursão ao México. Formou dupla de área com Célio e Abílio Couceiro, que era diretor de futebol do Paysandu o viu atuar no Maracanã, teve o aval do presidente Giórgio Falângola para tentar junto ao Vasco da Gama o seu empréstimo.
Bené só chegou ao Paysandu em 1966, passando a formar dupla com Robilota, outro ex-jogador do Vasco e o Paysandu passou a detonar seus adversários e o “Furacão da Curuzu” a marcar gols. Assim, Bené ajudou o Paysandu a conquistar os campeonatos paraenses nos anos de 1966, 1967, 1969, 1971, 1972. Foram cinco campeonatos e sempre aparecia como o artilheiro da equipe e do campeonato. Em 1973, quando encerrou sua passagem pelo Paysandu havia assinalado 249 gols, superando Hélio e Quarenta Lebrego, dois astros que marcaram presença na linha de ataque do Papão nas décadas de 30, 40 e 50. Constituiu-se, assim no maior artilheiro do Paysandu em todos os tempos.
Recentemente, o Paysandu decidiu homenageá-lo, confeccionando camisa alusiva ao seu feito: “Bené, 9. Maior Artilheiro.” Clubes nos quais Bené jogou: Operário (PR), Vasco da Gama (RJ), Paysandu, Tuna, Nacional (AM). Bené, em toda a sua carreira, pode-se fazer uma estimativa de ter anotado em torno de 350 gols.
Maiores artilheiros do Paysandu:
1 – Bené (249 gols)
2 – Hélio (237 gols)
3 – 40 Lebrego (207 gols)
4 – Cabinho e Carlos Alberto (133 gols, cada)
5 – Cacetão (122 gols)
6 – Ércio (113 gols)
7 – Zé Augusto (110 gols)
8 – Vila (104 gols)
9 – Edil (94 gols)
10 – Quarentinha (88 gols)
11 – Robson (82 gols)
12 – Bacuri (80 gols)
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