Camisas que fizeram história no Re-Pa: confira 6 uniformes marcantes do maior clássico da Amazônia
Patrimônio imaterial do Pará, o clássico jogo entre Remo e Paysandu já soma mais de 110 anos de história e reúne uma coleção de mantos azulinos e bicolores que marcaram gerações
O clássico duelo entre Clube do Remo e Paysandu Sport Club já soma 779 confrontos disputados desde o primeiro embate, realizado em 1914. Reconhecido como o maior clássico da região Norte do Brasil, o Re-Pa carrega mais de um século de rivalidade e tradição, sendo o clássico mais jogado no mundo em número de partidas.
E em meio a tantas histórias, há um detalhe que chama a atenção e marca gerações: os uniformes usados nos jogos.
⚽ Quem é paraense e ama futebol certamente tem uma camisa do time do coração, seja azulino ou bicolor. Pensando nisso, O Liberal preparou uma seleção especial com algumas das camisas mais icônicas usadas por Remo e Paysandu em clássicos históricos.
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1. 1959/60 - Clássico polêmico
No dia 24 de abril de 1960, Remo e Paysandu empataram por 3 a 3 em um clássico histórico e controverso, que garantiu ao Papão o título do Campeonato Paraense de 1959.
Em campo, os uniformes refletiam a simplicidade da era: camisas sem patrocínio, golas em estilo polo e cortes retos. O Paysandu vestia sua tradicional camisa listrada em azul e branco, com design limpo e clássico. O Remo, por sua vez, usava um modelo igualmente tradicional, em azul-marinho liso, também com gola polo.
2. 1992 - Título para o Papão
O ano de 1992 foi marcante para o Paysandu, que conquistou o título paraense com autoridade: quatro vitórias consecutivas por 1 a 0 sobre o maior rival. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Mendonça acertou um chute do círculo central do Mangueirão e marcou um golaço que garantiu a vitória bicolor.
Dentro de campo, os uniformes também chamaram atenção. O Paysandu vestia uma camisa icônica com gola polo e patrocínio da Coca-Cola, enquanto o Remo trazia em seu uniforme o nome da Pró-Saúde. Mesmo com identidades visuais diferentes, ambos os modelos seguiam a tendência da época.
3. 1997 - O último jogo do tabu
O dia 7 de maio de 1997 está marcado na memória da torcida azulina como a última partida do longo tabu de 33 jogos sem que o Paysandu vencesse. O Paysandu vencia o clássico por 1 a 0 quando o Remo, comandado por Agnaldo e Belterra, que atuavam como jogadores e técnicos ao mesmo tempo, promoveu uma virada espetacular. Em apenas 11 minutos, o Leão marcou três gols e virou o jogo, levando a torcida à loucura.
Dentro de campo, o visual também era marcante. O Remo vestia uma camisa da Penalty com gola estilo polo, estampando o tradicional patrocínio da Yamada no peito. Do outro lado, o Paysandu utilizava um uniforme com gola polo, o icônico lobo em destaque nas mangas e o patrocínio da marca Tramontina.
4. 1999 – O último Re-Pa do século XX
No dia 11 de julho de 1999, o estádio Mangueirão foi palco de mais um clássico histórico. Diante de 65 mil torcedores, sendo o maior público já registrado no estádio e na região Norte, Remo e Paysandu decidiram o título do Campeonato Paraense. Com um gol de Aílton, logo aos 2 minutos do segundo tempo, o Leão venceu por 1 a 0 e conquistou o seu 38º título estadual, ultrapassando o rival em conquistas e se consolidando como o maior campeão paraense do século XX.
No campo, os uniformes também marcaram o momento. O Remo usava uma camisa da Penalty com gola polo e um visual limpo, sem patrocínio centralizado, mas com o Leão estampado nas mangas. Já o Paysandu entrou em campo com um uniforme tradicional listrado, que trazia o patrocínio da extinta rede de farmácias Big Ben, uma lembrança nostálgica para muitos torcedores.
5. 2000 – O Re-Pa do Século
Considerado por muitos como o Re-Pa mais importante da história, o confronto decisivo entre Remo e Paysandu na Copa João Havelange marcou a disputa pelo terceiro lugar do Módulo Amarelo. O vencedor garantiria vaga nas oitavas de final do Módulo Azul, equivalente à elite do futebol brasileiro em 2000.
Na partida de ida, realizada em 12 de novembro, o Remo venceu por 3 a 2 com um hat-trick histórico de Robinho. No jogo de volta, em 19 de novembro, o empate sem gols classificou o Leão, que passou a integrar o Módulo Azul. O duelo ficou eternizado como “O Re-Pa do Século”.
Ambos os clubes vestiam uniformes parecidos, reflexo de um patrocinador em comum: a extinta operadora Amazônia Celular. As camisas traziam gola polo e visual típico da virada do milênio.
6. 2001 – Goleadas em série
O início dos anos 2000 marcou uma das fases mais dominantes da história do Paysandu, e o clássico Re-Pa refletiu essa superioridade. Entre 2000 e 2002, o Papão manteve uma sequência invicta de 11 jogos contra o Remo. Nesse período, aplicou três goleadas emblemáticas: 4 a 1 no dia 3 de dezembro de 2000, e duas vitórias por 4 a 0 em pleno Baenão, nos dias 22 de fevereiro e 30 de junho de 2001.
Dentro de campo, os uniformes também deixaram sua marca. Em 2001, o Paysandu usava uma camisa fabricada pela Finta, com o escudo centralizado no peito. O Remo, por sua vez, vestia uniformes da Topper, que traziam um design mais moderno.
Reconhecido como o clássico mais vezes disputado no mundo, o RexPa também é patrimônio cultural imaterial do Pará desde 2016. A oficialização ocorreu por meio da Lei Estadual 8.358, que reconhece a importância do confronto para a cultura e a história do povo paraense.
Os uniformes de Remo e Paysandu também representam a história e a paixão de duas das maiores torcidas do Norte do Brasil. Em partidas decisivas, como finais de Campeonato Paraense e confrontos nacionais, os mantos azulino e bicolor carregam a memória de jogos e reforçam a rivalidade centenária entre os dois clubes.
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