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Bruno Henrique tenta arquivamento de processo na Justiça, enquanto é convocado a depor no STJD

O jogador foi convocado para depor em uma audiência privada no STJD, marcada para a próxima segunda-feira, dia 26

Estadão Conteúdo

Bruno Henrique, do Flamengo, foi convocado para depor em uma audiência privada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), marcada para a próxima segunda-feira, dia 26. O órgão abriu um inquérito contra o atacante por requerimento do presidente Luís Otávio Veríssimo Teixeira, após o indiciamento pela Polícia Federal (PF). O flamenguista teria participado de um esquema de apostas com cartões, mas nega envolvimento no caso.

Ao mesmo tempo, o caso tem novos movimentos na Justiça comum. Após ser indiciado, Bruno Henrique aguarda uma definição do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP-DFT), que pode oferecer a denúncia ou arquivar o processo.

A defesa do atleta protocolou petição para a 7ª Vara Criminal na terça-feira, em que solicita o arquivamento do inquérito policial. O argumento é de que a conduta atribuída a Bruno Henrique não é condizente com às ações relatadas.

Ele foi indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva. O juiz responsável enviou a petição para vistas do MP-DFT, que ainda vai analisar o pedido e se manifestar no processo.

Dados apurados pela Coordenação de Repressão à Corrupção da PF foram compartilhadas com o tribunal desportivo, que designou o vice-presidente Maxwell Borges de Moura Vieira para ser o auditor processante do caso.

O lance que tornou o jogador suspeito aconteceu em uma partida do Brasileirão de 2023, contra o Santos, em que ele recebeu cartão amarelo aos 50 minutos do segundo tempo. Como resultado do suposto esquema, parentes do atacante rubro-negro teriam conseguido realizar apostas com alta margem de retorno financeiro.

O irmão de Bruno Henrique, Wander, apostou R$ 380,86 e recebeu R$ 1.180,67. Sua mulher, cunhada do jogador, teria apostado em duas plataformas distintas. De valor inicial, a mulher apostou R$ 380,86 e R$ 500,00, e recebido, respectivamente, R$ 1.180,67 e R$ 1.425,00 de retorno. A prima do atleta também apostou R$ 380,86 e recebeu de volta a mesma quantia.

A PF analisou 3.989 conversas no WhatsApp do flamenguista. Muitas delas estavam apagadas, o que indica, para a PF, que o jogador deletou parte dos registros. No celular do irmão do jogador, que também foi apreendido, foram flagrados diálogos que mostram o envolvimento de Bruno Henrique. Além dos dois, a PF indiciou Ludymilla Araujo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) pelo caso.

A defesa nega o envolvimento do jogador, critica a divulgação de mensagens e diz que ele defende "mais restrições" a apostas esportivas.

"O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades", diz um trecho do texto.

Ainda que o STJD tenha aberto inquérito, não houve pedido de suspensão preventiva. Isso permite que Bruno Henrique continue em atuação pelo Flamengo.

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