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Abel reclama de 'cobranças precoces' e exalta entrosamento e força do Palmeiras para 'decisões'

Estadão Conteúdo

Abel Ferreira aproveitou mais uma excelente vitória do Palmeiras para se defender das críticas sofridas ao longo do ano. Depois de muitas trocas no elenco no começo da temporada, o técnico português foi alvo de xingamentos e até de pedidos de saída. Após o 11º jogo sem derrotas no Brasileirão, com 4 a 1 sobre o Fortaleza no Allianz Parque, o técnico questionou a cultura de "cobranças" no Brasil e celebrou deixar a equipe como todos imaginavam, jogando o fino da bola e em evidência para momento decisivo.

"Às vezes parece que o adversário não conta. Vivemos em um país onde a cultura é de vencer, sempre. Particularmente, gosto do Brasil, de São Paulo, o Palmeiras é minha casa, são cinco anos..., mas essa cultura de ter de ganhar sempre não verdadeira nem aqui e em nenhum lugar", afirmou. "Nós fomos bem marcados na primeira etapa, e foi mérito do adversário de não nos deixar entrar, que fechou bem os espaços", seguiu.

A bronca é um desabafo da época na qual acabou derrotado na final do Paulistão e também quando o time ainda sofria com a falta de entrosamento. Tirando a dupla de zaga e a lateral-esquerda, o Palmeiras mexeu em todas as posições e Abel Ferreira acreditava que teria um tempo para ajustar suas novas peças, o que já ocorre. Faltou paciência dos palmeirenses, contudo.

"Vivemos em um país especial e por ser especial, às vezes não damos tempos às trocas, à reestruturação. A mentalidade, o trabalho, às vezes os jogadores acabam de chegar, têm de ver (o esquema) e vencer. Demora um tempo. O Palmeiras é super vencedor e sua história fala muito dessas conquistas."

O treinador encarou as cobranças e agora já volta a colher frutos, novamente em paz com as arquibancadas. E vendo só coisas boas sendo faladas do Palmeiras, na briga pelo Brasileirão e forte nas quartas da Libertadores, após 2 a 1 na casa do River Plate, adversário de quarta-feira, no Allianz Parque.

"Fico contente quando as pessoas falam do Palmeiras, nós, os torcedores, as equipes, os jogadores, os funcionários... Temos de ter orgulho por todos nós. Excelência custa caro e exige muito de todos nós, o máximo esforço de cada um, zona de desconforto, discussão para tirar o melhor de cada um...", frisou, explicando que a troca de todo o grupo não foi pensando no River Plate e sim pela falta de tempo de descanso após o time desembarcar em São Paulo, quinta-feira, às 7 da manhã.

"Não treino 11, treino 28 jogadores e (trabalhar antes do jogo no Allianz) foi para adaptarmos ao gramado, à velocidade da bola e só tivemos dois dias para preparar o jogo. A falta de sono acontece muito no Brasil. Perguntem a especialistas sobre o que interfere no rendimento e na performance a privação de sono. Por dois, três dias. O rendimento físico do atleta tem muito a ver com isso", reclamou.

Mas mostrou-se orgulhoso por já ter um grupo forte e com todos dando conta do recado. "Essas vitórias são as que mais gosto, quando troco todo mundo e eles mostrar vontade, organização e vontade de ajudar na situação que for, seja por três, cinco, dez minutos", exaltou seus comandados. "Foi bom para eles e para nós. Todos somos um."

E garantiu que não houve temor em rodar o grupo. "Se estão no Palmeiras são bons, confiamos neles e estão preparados para jogar. São vitórias que fico contente e feliz por ver o trabalho diário espelhado em jogadores que poderiam ter outro desempenho e demonstram algo a mais que o eu e isso me enche de orgulho."

De acordo com Abel, o jogo de volta com o River Plate será preparado somente a partir dessa segunda-feira. E com total seriedade e respeito. "Quanto mais velho fico, mais dúvidas temos. Preparamos bem (para a ida da Libertadores) e o mais importante sempre é o seguinte (Fortaleza). Agora vamos começar a pensar na Libertadores, um jogo difícil e decisivo e contamos com apoio dos nossos torcedores."