Escritor paraense lança livro e série sobre os presos famosos de Tremembé

Com dois lançamentos marcados, Ullisses Campbell disponibiliza esse mês obra literária e em outubro uma série na Prime Vídeo

O Liberal
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O jornalista paraense e colunista do Globo, Ullisses Campbell, que escreve para o blog True Crime, também é o autor do livro “Tremembé, o presídio dos famosos” (Matrix Editora), que será lançado no próximo dia 08 de setembro, porém, a venda já está disponível em todos os sites e livrarias do país.

Além da obra, ele também se prepara para o lançamento da série “Tremembé”, da Prime Video, onde assina o roteiro.

Na publicação literária, Campbell detalha a rotina de alguns detentos da “prisão das estrelas”, como é conhecido o Complexo Penitenciário. No local estão Suzane von Richthofen, Robinho, Alexandre Nardoni, Anna Carolina Jatobá e Lindemberg Alves, condenados por crimes brutais.

O livro “Tremembé, o presídio dos famosos” mostra esses personagens que ocuparam as manchetes policiais e dividem ou dividiram cela com anônimos condenados por crimes tão ou mais brutais quanto os cometidos por eles. Ullisses Campbell se aprofunda ainda mais nessa realidade por dentro dos muros para revelar a rotina, os códigos de convivência e a dinâmica do local.

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O paraense ganhou destaque ao escrever livros sobre mulheres assassinas. O primeiro foi “Suzane: Assassina e Manipuladora”, “Elize - A Mulher que Esquartejou o Marido” e “Flordelis - A Pastora do Diabo”, o sucesso foi gigantesco que virou um box “Mulheres Assassinas”. Indo para o universo masculino, Ullises lançou em 2024 a biografia “Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque”, e agora lança a sua nova obra.

As suas duas primeiras obras literárias agora ganham imagens e se tornam ponto de partida para a série ficcional “Tremembé”, original da Prime Video, que será lançada em 31 de outubro. Em cinco episódios serão retratadas as trajetórias de encarcerados como Suzane von Richthofen, Daniel Cravinhos e Christian Cravinhos, condenados pelo assassinato dos pais de von Richthofen; Anna Jatobá e Alexandre Nardoni, condenados pelo assassinato de Isabella Nardoni; e de Elize Matsunaga, condenada por assassinar o marido, entre outros, na penitenciária conhecida como "prisão dos famosos".

“Eu estou nesse projeto desde o início, quando a Julia Priolli, executiva de séries na Amazon, leu meus dois livros. Isso faz muito tempo, mais de três anos atras. Ela entrou em contato e perguntou se os livros estavam disponíveis para adaptação. A Amazon adquiriu os direitos”, explica Campbell no podcast Inteligência Ltda.

O escritor conta que o trunfo da série é unir esses diversos criminosos em um roteiro que demorou mais de dois anos passa ser escrito.
No elenco tem Marina Ruy Barbosa, Bianca Comparato, Felipe Simas, Kelner Macêdo, Lucas Oradovschi, Carol Garcia, Anselmo Vasconcelos, Letícia Rodrigues, entre outros.

Ulisses Campbell também assina o roteiro da série ao lado de Vera Egito, Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio. Tremembé tem direção geral de Vera Egito, direção episódica de Daniel Lieff e produção associada de Marina Ruy Barbosa. 

“Os episódios são finalizados com ganchos”, pontua o roteirista.

LIVRO

Em “Tremembé, o presídio dos famosos”, o escritor best-seller de livros true crime apresenta não apenas a vida de célebres criminosos, mas o cotidiano curioso dos detentos, como por exemplo de Gil Rugai, condenado por homicídio duplamente qualificado e estelionato, que na prisão idealizou o “Café Literário”, um encontro semanal para discutir clássicos como Crime e Castigo; ou Luiza Motta, sentenciada por atropelar e matar um homem enquanto dirigia embriagada, que se tornou a “médium-chefe” nas reuniões da “cela dos espíritos”, onde as presas buscavam reconciliação com as vítimas em sessões espíritas.
Na página 16, ele fala da ala masculina, dos assassinos enfrentam estupradores em campeonatos de futebol. Na feminina, as detentas desfilam em concursos de beleza para eleger a Miss Tremembé, numa tentativa desesperada de resgatar algum fiapo de autoestima sob o peso da condenação.

“Ao contrário dos outros livros que são biografias, esse é uma antologia. Ou seja, cada capítulo trata uma história diferente e dá uma passeada pelo tempo. O primeiro capitulo é de uma presa que chegou na época da ditadura, depois passa pelos presos famosos, tipo o Thiago Brennand e Robinho, os novatos. Tem um pouco da Suzane. Mas o que eu acho mais interessando do livro, por incrível que pareça, é a história dos anônimos. Apesar de Tremembé ser conhecido como um presidio de gente famosa, que é apelidado de ‘Caras’ e ‘Casa dos Artistas’, o verdadeiro perfil da penitenciaria é de crimes brutais contra a vida, a clientela é isso”, explicou o escritor no podcast Inteligência Ltda.

Essa desigualdade social é mostrada por Campbell como um espelho do que acontece do lado de fora do complexo localizado no Vale da Paraíba, com presos pobres que lavam roupas, limpam celas e cozinham para os mais ricos em troca de pequenas quantias, as figuras do “alto escalão”, como Luiz Estevão (o preso de R$ 30 bilhões), mantêm a influência para garantir privilégios e conforto, contrastando com a realidade da maioria.

Ao mesmo tempo, o autor apresenta a outra face dos condenados, revelando que nem todos se encaixam na imagem de “monstros” cristalizada pelo senso comum. Entre eles, há pessoas que perderam o rumo por segundos de imprudência, por transtornos mentais negligenciados ou por explosões de emoção. Histórias como do procurador Matheus Carneiro Assunção, que sofreu um surto psicótico antes de esfaquear uma juíza e, mais tarde, tirou a própria vida, evidenciam a fragilidade e a tragédia de certos caminhos.

 

 

 

 

 

 

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