Entrada da JBS na bolsa de valores de Nova York é alvo de boicotes nos EUA
Multinacional brasileira enfrenta dificuldades para negociar ações no país

A entrada da multinacional brasileira JBS na Bolsa de Nova York é cercada de dificuldades e reações contrárias do mercado dos Estados Unidos e de parlamentares norte-americanos. A empresa é considerada a maior produtora de proteína animal do mundo e deseja, há cerca de 10 anos, operar simultaneamente na B3 – Bolsa de Valores de São Paulo — e no mercado americano, o que pode lhe abrir caminho para um capital mais barato.
No entanto, a dupla listagem da empresa é alvo de movimentos internacionais liderados por parlamentares dos Estados Unidos e do Reino Unido, como o “Ban the Batistas” (banir os Batistas, em português, uma referência aos irmãos Wesley e Joesley Batista, da família fundadora da companhia).
A legislação americana permite o anonimato dos financiadores da campanha em casos como esse, o que dificulta entender quais são os interesses para atuar contra a empresa brasileira. Em janeiro deste ano, 12 parlamentares do Reino Unido, de diferentes partidos, submeteram um pedido à comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês, o órgão que regula o mercado imobiliário americano no qual “imploram para que o pedido de IPO da JBS seja rejeitado” e que, assim, seja enviada uma “mensagem clara de que os EUA permanecem firmes em seu compromisso de combater às mudanças climáticas”.
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No Reino Unido, a JBS atua por meio da marca Pilgrim’s Pride Corporation, responsável pelo processamento de suínos e aves. De acordo com os políticos do Reino Unido, o principal problema da empresa brasileira está na criação de gado por parte de seus fornecedores na região amazônica. A listagem da JBS em Nova York poderia causar uma alta no desmatamento.
No fim de fevereiro, a procuradoria-geral de Nova York entrou com uma ação contra subsidiárias americanas da JBS por supostas afirmações enganosas sobre as metas de emissão de gases de efeito estufa com o objetivo de aumentar as vendas entre os consumidores ambientalmente conscientes.
A procuradora Letitia James alegou que a empresa afirmou que vai zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040, apesar de não ter um plano viável para cumprir o compromisso.
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