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Vagas para estagiários e aprendizes têm 20% de crescimento no Norte, aponta CIEE

Aumento das oportunidades é visto após o início da pandemia da covid-19, entretanto, segundo a instituição, as mudanças tecnológicas ainda não mudaram as áreas de interesse

Camila Azevedo

O mercado de trabalho voltado para a contratação de estagiários e aprendizes têm ganhado cada vez mais destaque. De acordo com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o crescimento de oportunidades deste tipo no Norte já ultrapassa os 20% em 2023, quando comparado com 2022. O cenário, em que empresas se mostram mais atraídas pelas possibilidades de oferecer chances aos jovens, é visto principalmente depois do período de início da pandemia da covid-19 e reforçado por novas tendências comportamentais vindas com as novidades tecnológicas.

Mesmo com esse aumento de vagas, o gerente da região Norte e Centro-Oeste do CIEE, Júlio Cezar da Silva, afirma que não há mudanças quanto aos tipos de áreas mais procuradas e oferecidas. Os cursos mais tradicionais já existentes seguem sendo a preferência dos candidatos e somando as maiores oportunidades. “Falando-se de graduação, [há vagas para] os cursos de Direito, de Administração, Pedagogia... Mas, obviamente que com a mudança de comportamento do mercado, tudo que engloba e envolve o mundo da tecnologia, a gente percebe um apelo um pouco maior”.

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“Nós temos também um apelo forte quando se fala, principalmente, na aprendizagem do ensino médio, mas obviamente que com a mudança de comportamento do mercado. Ainda não dá pra afirmar e nós não temos hoje como dizer que a área de tecnologia oferece mais vagas do que as outras, porque acaba tendo uma normalização das vagas que a gente sempre teve, que são essas que eu mencionei, relacionadas à área da saúde, engenharia, enfim, essas são as que a gente tem comumente uma maior oferta de possibilidades”, diz Júlio Cezar.

Mudanças de contexto

O cenário vivido de inserção de novas tecnologias e artifícios que deixam o dia a dia mais acelerado são considerados pelo gerente do CIEE como fatores que devem ser levados em consideração pelos departamentos de recursos humanos das empresas. Segundo Júlio Cezar, a mudança de visão é importante para acompanhar a percepção de mundo que os novos profissionais estão tendo. Entretanto, “não ouso dizer que o fato do desenvolvimento da tecnologia está atrelado a uma questão comportamental dos jovens, não há relação de uma coisa com a outra, mas acho que podemos ter uma coincidência dos dois cenários”, destaca.

image Júlio Cezar da Silva, gerente regional do CIEE, destaca que as ofertas de emprego para estagiários e aprendizes ainda estão concentradas em áreas tradicionais do mercado de trabalho (Igor Mota / O Liberal)

“Sim, o fato do desenvolvimento da tecnologia que temos hoje, posso mencionar, por exemplo, o surgimento do Chat GPT, faz com que as coisas sejam mais imediatas e esse é um sentimento que a gente também percebe no jovem da atualidade. O comportamento dele é de um desejo que as coisas se resolvam mais rápido, é até uma fala que temos de sensibilizar as empresas e o RH a uma adaptação desse novo cenário de um jovem que busca realmente, tem um percepção de mundo com mais imediatismo e aí é o desafio de adequar a esse novo perfil, entendendo que o que o motiva pode ser outro fator”, completa.

Soft skills são diferencial em candidato

O gerente regional do CIEE também ressalta que, além do conhecimento técnico que o candidato deve ter, ele precisa estar atento ao desenvolvimento de posturas comportamentais que fazem a diferença no dia a dia de trabalho e, inclusive, na hora de fazer a seleção para a vaga. “Uma grande percepção que a gente tem, e não é de hoje, é a questão comportamental. Muito se fala da contratação por currículo e conhecimento técnico e da demissão por relacionamento. Acho que os jovens candidatos às vagas, além do técnico, é importante ter as chamadas soft skills”.

“[Elas] vão, justamente, colaborar no seu relacionamento, networking, respeito e empatia pelo próximo. Enfim, tudo isso deve colaborar muito para uma solidificação. Hoje, se a gente realmente analisa um departamento de RH, entendendo quais os motivos dos desligamentos, um índice muito grande será por questões comportamentais e não por falta de conhecimento técnico”, pondera Júlio.

Empresas buscam perfil multitarefas

Segundo o gerente do CIEE, o perfil de candidato para as vagas de estágio e aprendizados que estão surgindo segue um padrão: pessoas que sejam multitarefas. “A polivalência já é um termo utilizado há bastante tempo. O jovem ser multitarefas, ou ter um nível de conhecimento específico em uma determinada área, se especializar, continuar estudando, buscando conhecimento e ser útil, em geral, para o meio em que ele está inserido é uma das facetas procuradas pelos RHs. A gente percebe que cada vez menos os processos estão sendo enviesados”.

A característica descrita pelo especialista é vista como uma forma de colaborar para que a empresa alcance os objetivos. “Há, realmente, a procura por alguém que venha dar sustento para a empresa, colaborar com o desenvolvimento, com o atingimento de metas e objetivos sem estar atrelado a questões de preconceito. Não há importância do ser humano, em si, e sim do profissional. Nós temos um papel no CIEE muito importante de conscientização das empresas para que haja um nivelamento das expectativas dentro das possibilidades”, aponta Júlio.

Capacitação

Estar atento aos novos recursos e sempre atualizado dentro da área de interesse é um diferencial para os jovens. Nesse sentido, Júlio Cezar lista que o CIEE ajuda no processo para tornar o candidato mais capacitado. Entre as iniciativas, cursos online no portal da própria instituição estão disponíveis. “Com o acesso a informação, a tendência é que a gente ache que tudo fica mais fácil, então, adquirir, consumir informação está na palma da mão, basta a gente ligar a tela do nosso smartphone, por exemplo”, finaliza.

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