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Transição de carreira: por onde começar e como mudar de área

Para que essa mudança profissional seja bem-sucedida, é fundamental que seja devidamente planejada e estruturada

Luciana Carvalho
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Mudar de carreira vem se tornando algo comum ao longo da vida de muitos profissionais. A chamada "transição de carreira" nada mais é do que o movimento que uma pessoa faz em sua profissão, mudando sua área de atuação, seja por insatisfação com seu trabalho, por ausência de oportunidade no mercado, falta de perspectiva de crescimento ou fatores diversos. No entanto, para que essa transição de carreira seja bem-sucedida, é fundamental que seja devidamente planejada e estruturada. 

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Pará (ABRH-PA), Júnior Lopes, a pesquisa Re:Trabalho 2020 mostrou que 63% dos entrevistados já mudaram de carreira, e 48% pretendem fazer essa troca dentro do próximo ano. O presidente da instituição explica que a mudança geracional é um fator que leva muito as pessoas a fazerem essa transição, pois, de acordo com Júnior Lopes, essas novas gerações de profissionais são menos apegadas à estabilidade de cargo e estão mais disponíveis a vivenciar novas experiências. "Essas pessoas buscam cada vez mais aquilo que vão satisfazê-las, mesmo não sendo nas suas áreas de formação, e aí fazem essa transição de carreira. A falta de oportunidade também é um motivo. As pessoas buscam alguma perspectiva de crescimento", afirma. 

Segundo uma pesquisa do Pagegroup, a falta de oportunidades no emprego atual movimentou cerca de 27% dos entrevistados com vivência de mercado a fazer uma transição. A insatisfação com a carreira também é apontada como fator chave para essa mudança. Segundo a mesma pesquisa, cerca de 39% dos profissionais experientes entrevistados apontam fatores como salário defasado, ausência de condições de trabalho ideais e falta de plano de benefícios como gatilhos para pensar nessa mudança.

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O presidente da ABRH conta que ele mesmo já passou por uma transição durante sua trajetória profissional. "Minha transição aconteceu há cerca de três anos, quando fui demitido da instituição em que trabalhava. Foi um momento de me reinventar, buscar novas alternativas para permanecer no mercado de trabalho e encontrar uma maneira de me sustentar, tanto pessoalmente, quanto profissionalmente. Para iniciar essa jornada, analisei o mercado, explorei as possibilidades e conversei com diversas pessoas. Identifiquei alguns caminhos que me pareciam promissores e alinhados ao meu propósito. Decidi seguir por dois caminhos: abrir meu próprio negócio, empreendendo em uma área que já dominava há mais de 20 anos, e também entrar no campo da consultoria. O maior desafio foi adaptar meu modelo mental ao novo cenário de trabalho. Antes, estava acostumado com um formato de emprego fixo, mas agora precisava lidar com um tipo de trabalho mais flexível e dinâmico. Eu era responsável por correr atrás das oportunidades e desenvolver habilidades para lidar com a diversidade e a variação do mercado", relata. 

Cláudio Júnior Carvalho Ferreira, um administrador de 31 anos, dedicou os últimos 10 anos de sua carreira à área hospitalar-administrativa. No entanto, recentemente, ele tomou uma decisão definitiva de mudar de carreira e seguir a área que sempre desejou: a medicina. "O maior desafio ao mudar de carreira é sair da área de gestão administrativa e passar para a área biológica, humana, propriamente dita. Medicina foi um curso que sempre quis estudar, mas que, por diversos motivos, ainda não havia conseguido. Agora, a oportunidade surgiu e decidi abraçar essa nova jornada, não só pelo desejo antigo, mas também pela sua vocação, a busca por prestígio social, insatisfação com a remuneração anterior e, acima de tudo, pela paixão que sentia pela medicina", pontua. 

Atualmente, Claudio está estudando medicina na Argentina e explica que teve que fazer uma organização financeira cuidadosa para viabilizar sua estadia no exterior. Além disso, ele conta que precisou dedicar tempo para aprender espanhol, já que sua moradia e estudos passariam a ser em outro país. "Organizei minha vida financeira, organizei meus patrimônios e todas as minhas coisas. Fiz processo de transição como administrador dentro da unidade na gestão pública municipal de Marituba, onde eu era diretor, coordenei a equipe a distância durante alguns meses e  depois fui qualificando e preparando outras pessoas para me substituírem. Me preparando tanto academicamente quanto administrativamente. Também tive que estudar espanhol para dominar o idioma. Então, me preparei alguns meses antes da viagem", explica.

Como saber se é o melhor momento para mudar de profissão?

Antes de seguir novos caminhos profissionais, Júnior Lopes enfatiza a importância de refletir sobre os objetivos pessoais para ter certeza se o profissional pretende apenas trocar de emprego ou se deseja mudar de carreira. "É fundamental analisar o estresse, o cansaço e a satisfação com a atual profissão, buscando identificar se ela está alinhada ao propósito e personalidade do indivíduo. Para tomar uma decisão sobre a mudança de carreira, é recomendável fazer uma avaliação do momento profissional, considerando perspectivas, oportunidades, ameaças e pontos positivos da mudança. É importante pensar no futuro, na realização pessoal e nas melhorias que a nova carreira pode trazer, seja financeiramente, em oportunidades ou em satisfação. Nesse processo, a pessoa pode buscar orientação de profissionais, como coaches de carreira, para tomar a melhor decisão e elaborar um planejamento que leve em conta diversos aspectos, como o tempo de preparação necessário e as possibilidades a curto, médio e longo prazo. Dessa forma, uma decisão consciente e bem planejada permitirá à pessoa fazer uma transição de carreira de forma mais segura e alinhada com seus objetivos pessoais e profissionais", esclarece. 

Transição de carreira, por onde começar?

O especialista explica que ao escolher uma novo caminho profissional é preciso que se faça a avaliação de alguns pontos  para se fazer uma transição de carreira de uma forma mais estável e segura. "Independentemente da área ou segmento, é crucial estudar o mercado, fazer um planejamento e pensar em estratégias para garantir uma migração bem-sucedida. Isso inclui saber quais cursos e especializações devem ser feitos, investir em networking, estar aberto a explorar novos horizontes e aproveitar novas oportunidades que estejam alinhadas com as expectativas para o novo cenário profissional. Ao agir de forma, o profissional estará mais preparado para enfrentar as mudanças e alcançar o sucesso na nova trajetória de carreira". 

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política).

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