Quase metade dos jovens paraenses está fora do mercado de trabalho, aponta Dieese

Quase metade dos jovens paraenses, entre 15 e 29 anos de idade, está fora do mercado de trabalho, é o que revela um estudo feito pelo  Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), com base nos dados do quarto trimestre de 2024 da PNAD Contínua. O levantamento mostra que apenas 51,1% dos jovens dessa faixa etária estão ocupados no Estado. Entre os que estão trabalhando, a maioria atua sem carteira assinada, em condições informais e sem direitos garantidos. 

Do total de jovens ocupados no Pará, 369 mil atuam sem carteira assinada no setor privado, que corresponde a 31,4% dos ocupados, enquanto 342 mil têm carteira assinada (29,1%). Outros 226 mil trabalham por conta própria e ainda há jovens empregados no setor público (84 mil), trabalhadores familiares auxiliares (78 mil) e domésticos sem carteira assinada (45 mil).

De acordo com os dados divulgados, a população total de jovens de toda a Região Norte alcançava 4,9 milhões de pessoas, contando ainda com uma diferença bem pequena em relação ao total de jovens segundo o gênero. No período analisado, em todo o Norte, cerca de 2.499 milhões de jovens eram do sexo masculino (50,3% do total) e o restante, cerca de 1.146 milhões, eram do sexo feminino (representando 49,7% do total). 

Entre todos os Estados que compõem a Região Norte, o Pará foi quem registrou quase a metade de toda a população na faixa de 15 a 29 anos de idade da região, correspondendo a cerca de 46,6% de todos os jovens, sendo este dado distribuído em 1.158 milhões de jovens do sexo masculino e 1.146 milhões do sexo feminino, totalizando cerca de 2.305 milhões de pessoas. 

O total de jovens ocupados, na faixa de 15 a 29 anos de idade em toda a Região Norte, alcança 2.466 milhões de pessoas, representando cerca de 49,8% da população total residente da região. Ainda entre os demais Estados do Norte, as análises mostram que Roraima possui o menor percentual de ocupados no mercado de trabalho, sendo cerca de 47 mil pessoas, o que representa apenas 29,4% da população total da região. Já Tocantins tem a maior participação de jovens na economia local, são cerca de 225 mil pessoas, representando cerca de 57,3% da população residente do Estado.

Iniciativa busca preparar jovens para o mercado de trabalho

Diante do cenário de informalidade e da dificuldade de inserção profissional, o Instituto PROA lançou o game gratuito "Jornada da Entrevista – Conquiste sua Vaga", desenvolvido em parceria com a Accenture. A proposta é ajudar jovens entre 17 e 22 anos a se prepararem para entrevistas de emprego, por meio de uma experiência interativa e educativa que simula todas as etapas de um processo seletivo, desde a escolha da roupa até o comportamento durante a conversa com o recrutador.

De acordo com Alini Dal’Magro, CEO do Proa, "A plataforma se direciona para a composição de uma experiência imersiva e educativa, na qual o jovem possa vivenciar os principais desafios de um processo seletivo. Com isso poderemos ampliar os horizontes de empregabilidade dos jovens e prepará-los para as dinâmicas do dia a dia”.

O jogo utiliza a metodologia STAR (Situação, Tarefa, Ação, Resultado), amplamente aplicada em entrevistas profissionais, e oferece feedbacks imediatos ao longo da jornada. São três cenários diferentes e duas modalidades de entrevista: presencial e online, permitindo que o jogador treine para diversas situações do mundo real.

Ele está disponível no site do Instituto PROA e pode ser acessado gratuitamente por celular ou computador, sem necessidade de cadastro. Ou seja, qualquer jovem interessado pode jogar, mesmo sem estar vinculado à instituição.

O PROA é uma instituição que há 18 anos oferece formação gratuita a jovens de baixa renda da rede pública de ensino na conquista do primeiro emprego. Segundo o Instituto, a plataforma atinge uma taxa de 65% de empregabilidade em 12 estados brasileiros. O Pará é o único da região Norte que tem acesso à plataforma que conecta empresas aos jovens que desejam um trabalho no mercado formal.