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Sex shop: delivery faz disparar as vendas de produtos eróticos em Belém

Entregas em domicílio respondem por mais de 70% do faturamento do setor e 90% das vendas são feitas via redes sociais

Eduardo Laviano

O mercado de produtos eróticos cresceu 12% durante o isolamento social, segundo a Associação Brasileira do Mercado Erótico, mas boa parte desse sucesso se deve às entregas em domicílio, que respondem por mais de 70% do faturamento do setor. Além disso, segundo a entidade, 90% das vendas são feitas via redes sociais ou aplicativos de mensagens instantâneas. 

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Branca conta que tem plena confiança na dupla de entregadores que trabalha com ela e que a única preocupação dela é que eles estejam sempre em segurança. Mas nem tudo sempre dá certo. A empresária já passou alguns perrengues em aplicativos de entrega, incluindo um sumiço de um motorista com vários produtos, os quais ela nunca conseguiu reaver apesar das denúncias que fez para a plataforma. Atualmente, todas as entregas pelo aplicativo são pagas pelo Pix e ela sempre pega o número de contato do motorista responsável, por precaução.

Para Branca Sousa, é impossível ter um sex shop sem um serviço de entrega. (Igor Mota / O Liberal)

"Mas se for aqui no bairro do Jaderlândia, Una e Atalaia, eu mesma pego minha bicicleta e vou, faço meu cardio na rua em vez de ir para a academia. Faço grátis, entrego a qualquer hora. Mas mesmo de graça tem quem prefira o mototáxi mesmo, acredita? A questão é que como sou conhecida no bairro, já sabem que sou de sex shop. Dizem que a minha cara já entrega", brinca ela, que estima em um dia movimentado fazer 20 entregas diárias

Vendedora teve que reforçar time de entrega

Cláudia Nascimento conta que 2020 foi um ano e tanto para os negócios. No ramo há quatro anos, ela afirma que não esperava tantos pedidos e que acabou reforçando o time de entrega, que dobrou de dois para quatro entregadores. Ela se diz sortuda por ter encontrado bons profissionais que são discretos e educados. "Não dá para ter sex shop sem serviço de entrega. Não é bem o tipo de loja que você passa em uma rua movimentada e olha a vitrine e quer entrar. As pessoas se interessam mais vendo no Instagram mesmo, entram em contato e a gente entrega. Quando aparecem na loja física mesmo é mais pela curiosidade, ver as coisas de perto. Mas a entrega em domicílio é a alma do negócio", afirma.

Uma das clientes dela, a advogada Ana, nome fictício usado a pedido da entrevistada, diz que nunca tinha comprado nenhum brinquedo sexual antes da pandemia. Com tantas horas intermináveis dentro de casa, um dia ela surpreendeu o namorado com uma lingerie mais ousada, chicote sadomasoquista, algemas felpudas, um vibrador de tamanho acima da média de 13 centímetros do homem brasileiro e óleos excitantes de diversos sabores. Todos entregues na portaria da casa dela em um prédio tranquilo e de moradores bem comportados e calmos no bairro da Batista Campos, ela conta.

"Eu só me dei conta que iam entregar na portaria poucos minutos antes de chegar. Juro. Nem me passou pela cabeça quando fiz o pedido. Eu ri muito depois, mas na hora fiquei em desespero, o que é uma besteira, né? Pois desci e quando cheguei lá, graças a Deus, estava tudo numa sacola preta e embalados na parte de dentro em um plástico escuro também. E até hoje não parei. Sempre que tem novidade eu quero comprar", diz.

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