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Mercado de ajustes e customização de roupas finas é bastante procurado em Belém

Clientela, no entanto, se concentra mais no centro da cidade, onde os preços dos ajustes podem chegar a até R$ 200 por peça

O Liberal

O mercado de ajustes de roupas em Belém, especialmente de roupas finas, como vestidos de festa e ternos, ainda tem muito espaço para crescimento, acreditam empreendedoras desse ramo. Segundo elas, na capital paraense, há um grande número de clientes que fazem questão de manter as peças ajustadas ao corpo e que não se importam em pagar valores até um pouco mais altos para obter os resultados desejados. “Tem muita gente, por exemplo, que compra roupas finas de fora do Estado e até de fora do Brasil, e que precisa ajustar as peças porque as modelagens são bastante diferentes, quando falamos de outros países”, explica a costureira e dona de ateliê Flávia Lima, há cerca de 20 anos no ramo.

Flávia conta que sempre gostou de costurar e sempre fez pequenos ajustes em suas próprias roupas, em casa mesmo. Depois de uma separação, ela precisou buscar novas alternativas de renda e, para isso, investiu na compra de máquinas industriais. Inicialmente, atendia clientes nas casas delas. Depois de um tempo, há cerca de oito anos, montou o próprio ateliê, em um ponto localizado na região central de Belém. Ela conta que o negócio fazia muito sucesso até a pandemia de Covid-19, que a obrigou a paralisar por um tempo. Na retomada, devido às dificuldades financeiras, ela precisou dispensar uma parte da equipe e hoje conta apenas com mais uma costureira e um atendente. Mas diz que a demanda está crescendo, o que já a fez procurar mais uma costureira para a equipe, profissional que acabou ainda não encontrando.

“O ramo do conserto está muito intenso, principalmente depois da pandemia. As pessoas estão querendo salvar algumas roupas, às vezes, até de parentes que perderam a vida. Outras querem deixar as peças com uma nova cara, por isso, acabam indo pelo caminho do ajuste ou da costumização mesmo, que eu também ofereço”, detalha.

Segundo Flávia, também o público masculino não abre mão de ter peças mais ajustadas, um movimento mais recente, mas que também vem em crescimento. “Com essa moda das calças mais justas, os homens têm trazido muito para ajustar, não só as calças, mas também os ternos, paletós, blazers. Eu diria que o público masculino hoje corresponde a 30% da minha clientela”, avalia.

De acordo com a costureira, os serviços de ajustes e customização de peças têm preços bastante variados, podendo ir de R$ 25 a até R$ 200, dependendo do trabalho que vai ser realizado. “Estamos falando de serviços unitários, claro, mas tem gente, por exemplo, que traz malas cheias de roupas para esses ajustes. E eu sempre procuro fazer combos de descontos nesses casos, então tudo depende muito mesmo da quantidade de trabalho”, completa.

Qualidade - A empresária Ciete Fróes é amiga e cliente de Flávia. Dona de uma loja de roupas esportes e finas, localizada às proximidades do ateliê de Flávia, ela sempre repassa para a amiga os ajustes que precisam ser feitos nas roupas compradas na sua loja. “Nós somos parceiras. Uma ajuda a outra. Sempre indico aos meus clientes que procurem a Flávia pra fazer os ajustes que eles querem porque confio no trabalho dela e sei que ela não vai decepcionar. Vejo muita gente por aí que diz que faz ajustes, mas acaba estragando roupas. Não é o caso da Flávia, é uma profissional de mão cheia, que faz tudo com muito cuidado e qualidade”, ressalta.

A costureira Marília Carvalho, de 50 anos, assim como Flávia, já teve um ateliê na região central de Belém. Com a pandemia e as dificuldades decorrentes do isolamento social, ela precisou fechar o espaço e adaptar, na própria casa, no bairro da Cremação, um pequeno ateliê. Marília sempre fez ajustes de roupas finas e permanece com alguns clientes antigos, mas acredita que a atual localização do seu ateliê atrapalha os novos negócios. “As pessoas que moram no bairro onde eu trabalho agora são pessoas mais humildes, por isso, tenho poucos clientes aqui. O que salva são os clientes antigos, que vêm do meu outro ateliê, mas tem também o problema da distância, pois muitos não querem vir até aqui, então, é uma luta para conseguir fechar as contas no final do mês”, lamenta ela, que hoje é a principal mantenedora da casa em que vive com o marido e dois filhos.

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