MENU

BUSCA

Empreendedores de Belém investem em chocolates artesanais para garantir renda extra na Páscoa

A expectativa dos comerciantes é de crescimento nas vendas em 2023

Luciana Carvalho

Páscoa deste ano já aquece a economia no Brasil, movimentando o varejo e gerando aumento significativo na produção de chocolate, seja na indústria ou no mercado artesanal. Empreendedores que trabalham com a fabricação de ovos e chocolates artesanais e gourmets, geralmente, atendem a mercados específicos, realidade diferente do mercado dos industrializados, que são produzidos em larga escala. Muitos consumidores também preferem comprar produtos diferenciados e personalizados para presentear durante esse período.  

Passado o Carnaval, os empreendedores que trabalham com esses produtos aumentaram a produção já se preparando para o próximo grande feriado comercial. Eles têm apostado em novidades e na qualidade como uma forma de manter as vendas de ovos de Páscoa caseiros em alta neste ano. A ideia é continuar com o mesmo crescimento registrado em meio à pandemia da Covid-19, quando muitos aproveitaram a permanência em casa para desempenhar atividades que complementassem a renda.

Outros passaram a atuar com chocolates, principalmente nessa data alusiva, como uma alternativa para a perda do emprego. Mesmo com o aumento no preço de alguns insumos de produção em 2023, como o próprio chocolate, os produtores artesanais acreditam que os ovos “feitos em casa” têm um poder de atrair cada vez mais os consumidores. Por esse motivo, o realinhamento nos itens usados na produção não deve surtir efeito negativo, já que conseguem oferecer um item mais em conta.

VEJA MAIS

Juliana Correa, empresária de 25 anos, é formada em gastronomia e atua na venda de ovos de Páscoa artesanais desde 2019 quando criou sua marca e perfil no Instaram. No ano de 2021, ela começou a comercializar um kit de ovos de Páscoa com sorvete, que foi muito bem aceito pelo público. “A ideia é sempre criar produtos diferenciados, que as pessoas não vão encontrar em outros lugares”, destaca.

A empresária diz que em 2023, os insumos para a produção tiveram um aumento entre 15% a 20% e por isso, os valores de seus produtos também sofreram um pequeno reajuste em relação ao ano passado, sendo vendidos, em média, entre R$ 60 e R$ 155. “Os meus valores aumentaram 10%. Não consegui deixar mais barato por conta dos produtos que uso, pois priorizo muito a qualidade e infelizmente está tudo muito mais caro esse ano” esclarece.  

Juliana diz que a produção para esse ano já está a todo vapor e que 50% das encomendas já estão garantidas para o período comemorativo. “Já comecei a receber encomendas. Muitos clientes procuram os ovos mais perto da Páscoa, alguns até durante a semana da comemoração. Já estou com 50% das demandas dos ovos de Páscoa reservadas”.

Já a biomédica Hadassa Hanna, de 26 anos, iniciou sua carreira como produtora de chocolate artesanal em 2010. Em 2020, durante a pandemia, decidiu se tornar uma microempreendedora formalizada no ramo. Ela conta que costuma produzir, em média, 150 ovos para o período e que para 2023, a expectativa é chegar há pelo menos 200. No entanto, ela afirma que as vendas para este ano ainda estão abaixo do esperado. "Embora as expectativas para este ano fossem altas, em comparação com as vendas dos anos anteriores, as encomendas ainda estão baixas".

image (Carmem Helena / O Liberal)

Para os consumidores amantes de chocolate, a opção pelas iguarias artesanais de páscoa vai além do valor. “Os produtos artesanais são feitos com muito capricho e dedicação, além de fazer com recheios e sabores diferenciados dos industrializados, onde você não consegue com um recheio de doce de cupuaçu, por exemplo”, destaca a assistente social, Kelem Almeida, de 49 anos.

“Acredito que a qualidade dos produtos artesanais seja um fator importante. Hoje em dia, se você for comparar o preço de um ovo artesanal de qualidade com o preço de um ovo industrializado, não tem muita diferença. Porém, nos artesanais vem uma quantidade bem maior de chocolate, recheio e cobertura do que no industrializado” compara a advogada, Amanda Naif, de 26 anos.

(*Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

Empreenda +