Da moda ao look das ruas, tudo é referência para um bom brechô em Belém, dizem proprietárias
Veja o que é preciso para abrir o seu próprio brechó
Espaço adequado, bom preço, boas peças, novidades. O que mais é necessário para se montar e manter um brechó rentável, em Belém? Ana Gibson trabalha com o segmento há 13 anos e destaca que o espaço físico não é fundamental, ela começou de forma online e hoje tem uma loja física no bairro de Batista Campos. Fernanda Franco também é dona de um brechó mantido inclusive há seis anos de modo online. Os dois exemplos descartam a necessidade do espaço físico, em compensação, as duas proprietárias enfatizam que o ramo exige um olhar criterioso sobre o que se vai oferecer, para quem e, claro, um ótimo atendimento e bom senso.
"Disposição para uma boa curadoria, entender seu público, seu nicho, faixa etária, e o brechó pode acontecer de forma online”, afirma Ana Gibson, que é advogada de formação, mas se apresenta com uma profissional apaixonada por moda e por brechós. Fernanda Franco dispara: "Eu sempre acreditei que o formato online me permitiria alcançar mais pessoas e até hoje o meu brechó funciona exclusivamente pela internet, pelo Instagram @brechó.catarina 12”.
Fernanda recorda que iniciou no ramo, em 2019, “trocando peça com as minhas amigas e logo depois passei a fazer trocas e vendas pelo Instagram. Em 2022, eu comecei a participar de feiras itinerantes para apresentar as peças pessoalmente. Esses eventos me ajudaram a conquistar novos clientes e a fortalecer minha marca, mas o meu ponto fixo mesmo continua sendo o Instagram. Dei o nome Catarina para ele, em homenagem à minha filha mais velha”.
"Dos desfiles à moda casual, é pesquisa', diz empreendedora
Quando Ana enfatiza ‘a boa curadoria’, ela se refere às etapas que considera importantes seguir. “Eu faço uma pesquisa de mercado, o brechó é um empreendimento de moda que precisa-se entender os anseios e mudanças da sociedade, eu busco referências em desfiles pelo mundo, o que as pessoas estão usando na rua e de que forma, elas transformam isso em seu dia a dia”, detalhou ela.
Ana Gibson explicou que “após garimpar as peças ou receber de forma consignada na loja, eu faço a curadoria, faço reparos de peças, outfit, produção de looks, presto assessoria de estilo para clientes, tudo para que a peça de segunda mão volte a ganhar vida e valor novamente. As peças de segunda mão têm um potencial enorme e merecem ser amadas novamente”, analisa a empreendedora, que mantém o brechó, no 2º andar de um estabelecimento, na avenida Conselheiro Furtado, nº 287, no bairro Batista Campos.
O espaço em que o brechó de Ana Gibson funciona, é uma espécie de centro cultural, reunindo um café, um bistrô e expressões artísticas, de terça a domingo, das 10h às 20h. “A dona do brechó precisa acima de tudo ter propósito, ela é a própria embaixatriz de sua própria marca, deve se atualizar constantemente sobre moda, comportamento de estilo, cultura, para que possa entender o que o seu público deseja”, ensina.
'Feiras itinerantes, preço justo e simpatia fidelizam clientes', ensina proprietária
Fernanda também recomenda alçar voos para criar visibilidade para o próprio empreendimento. Ela cita as feiras e frisa que garimpa roupas de boa qualidade: “Muitas vezes de marca, sempre pensando em oferecer um preço acessível. Eu avalio o estado da peça, o valor de mercado e o que o público costuma buscar. O objetivo é que meu cliente perceba que ele está fazendo um ótimo negócio”.
"Assim, conquistei clientes, que sempre me procuram, vão atrás de mim nas feiras”, afirma Fernanda sorrindo, apostando que isso acontece porque ela investe na boa comunicação com o público. “Essa é a minha trajetória. E, em 2023, eu conheci e comecei a participar do Bora Garimpar para Belém, (o maior encontro de brechós da cidade). Ele foi um divisor de águas, para mim. Eu já participava antes de outras feiras, mas nada tão grandioso como o ‘Bora’. Eu ampliei a minha rede de contatos e consegui dar ainda mais visibilidade ao meu brechó”, diz Fernanda.
Para Fernanda, o importante é o foco no negócio. “Eu priorizo as peças de qualidade, o preço justo, e sempre tem que ter novidades, sempre. Mas, acima de tudo, simpatia e bom atendimento. O boca a boca, acredito que isso continua sendo a melhor propaganda. E quando o cliente tem uma boa experiência, ele indica para as outras pessoas. Foi assim que meu brechó cresceu e continua crescendo, graças a Deus”.
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