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Confeitaria pet cresce em Belém à medida que mais tutores descobrem o setor

Os tradicionais cãonetones se tornaram o produto mais vendido durante o período natalino; em 2024, o mercado pet brasileiro movimentou R$ 75,4 bilhões

Eva Pires | Especial para O Liberal

O mercado de confeitaria para pets cresce em Belém, impulsionado pelo avanço do setor pet no Brasil e pela busca dos tutores por produtos mais personalizados. A confeiteira Layne Soares, uma das empreendedoras que se especializaram nesse nicho na capital paraense, observa que o segmento ainda tem muito espaço para se desenvolver na região, especialmente entre consumidores que estão descobrindo a variedade de itens disponíveis para cães e gatos. Mesmo com um cenário nacional de desaceleração do setor pet em 2024, Belém segue abrindo oportunidades para pequenos negócios voltados à alimentação e ao bem-estar dos animais.

No ano passado, o mercado pet brasileiro movimentou 75,4 bilhões de reais, segundo dados do Instituto Pet Brasil e da Abinpet. O faturamento registrou alta de 9,6% em relação a 2023, mas ficou abaixo das expectativas e marcou o primeiro ano, desde 2019, em que o setor não alcançou crescimento de dois dígitos. A alta dos preços, o câmbio desfavorável e a desaceleração do consumo explicam parte desse resultado.

Ainda assim, o Brasil segue como o terceiro maior mercado pet do mundo, com uma população estimada de 160,9 milhões de animais e média de 1,6 pet por residência, número que reforça o potencial do consumo interno. O setor também gera cerca de 3,3 milhões de empregos diretos e indiretos, distribuídos entre serviços, comércio e produção de alimentos.

Confeiteira destaca procura crescente pelo serviço

É nesse ambiente que a confeitaria pet tenta se consolidar. Em Belém, o crescimento é gradual, mas perceptível. Layne Soares afirma que muitos tutores ainda não sabem que existe um mercado especializado de doces e comidas para pets, o que representa tanto um desafio quanto uma oportunidade de expansão.

Ela relata uma procura crescente, especialmente por biscoitos personalizados e bolos artesanais utilizados em aniversários, encontros pet e pequenas celebrações familiares. Para a empreendedora, as datas comemorativas seguem como o principal motor das vendas, com destaque para Páscoa e Natal, além da procura constante por kits de aniversário ao longo do ano.

A produção, explica Layne, exige cuidados específicos. Todos os doces são feitos de forma artesanal e com ingredientes selecionados, sempre respeitando as restrições alimentares dos animais. "A minha produção é artesanal, os alimentos são selecionados, os utensílios usados são exclusivos para produção da confeitaria pet, cuidados com higiene e limpeza são de extrema importância", explica.

Capacitação técnica e precificação

Para atuar no setor, a empreendedora buscou formação técnica desde o início. "Comecei com cursos voltados para confeitaria Pet, depois me aprofundei para cursos de alimentação natural de cães e gatos e, atualmente, curso medicina veterinária, além de uma pós-graduação em nutrição animal". Ela afirma que o segredo é acompanhar o ritmo das novas demandas e se manter atualizada sobre ingredientes, regulamentações e tendências.

Apesar de um ambiente nacional mais desafiador, ela avalia que 2025 tem sido um ano positivo para o negócio. Layne relata fidelização de clientes e crescimento da demanda, especialmente entre tutores que buscam alternativas mais saudáveis e personalizadas para os animais. A expectativa para o fim do ano é otimista, com destaque para os tradicionais “cãonetones”, que se tornaram o produto mais vendido durante o período natalino. A confeiteira também planeja lançar novos itens e estratégias para ampliar o portfólio e fortalecer a presença da marca em Belém, acompanhando o movimento de inovação visto em outros polos do país. Ela também divulga os serviços pelas redes sociais @laypetgourmet.

Definir preços, no entanto, é uma das etapas mais complexas para quem atua nesse segmento. Os valores variam conforme o tipo de doce, o tamanho do pedido e o nível de personalização solicitado pelos tutores. Em média, os produtos vão de 20 a 85 reais, mas os custos dos insumos têm aumentado com frequência, o que exige ajustes constantes.

Mesmo assim, Layne afirma que faz questão de manter a qualidade como prioridade, buscando oferecer aos clientes o mesmo cuidado que dedica aos próprios pets. Segundo ela, equilibrar preço, segurança alimentar e alimentos saudáveis e equilibrados é o maior desafio para quem trabalha com confeitaria pet artesanal. "A qualidade faço questão de ser a melhor, como se estivesse fazendo para os meus pets", conclui.