MENU

BUSCA

Lula e Bolsonaro trocam ataques em debate

Debate realizado pela Rede Globo foi o último antes do segundo turno das eleições, que ocorrem neste domingo (30

O Liberal

Por duas horas e meia, ao vivo, os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) realizaram na noite desta sexta-feira (28) o último debate antes do segundo turno. A mediação foi do jornalista William Bonner. Questionamentos sobre corrupção, política interna e externa, geração de empregos, saúde e economia estiveram entre os principais temas,com frequentes trocas de acusações entre os candidatos.

VEJA MAIS

Lula já está nos estúdios da TV Globo para o último debate
Candidato do PT chegou acompanhado da esposa Janja

Presidente Jair Bolsonaro já está no estúdio da Globo para o debate desta noite
Programa começa após "Travessia", às 21h30, com transmissão ao vivo pela TV Liberal, em Belém

Quando não pode beber? Estado do Pará adota Lei Seca para o segundo turno das eleições 2022
Venda e fornecimento de bebidas alcoólicas fica proibido a partir das 0h do próximo domingo (30/10)

Jair Bolsonaro iniciou o primeiro bloco falando dos problemas deixados pela gestão do PT e disse que o salário mínimo será de R$ 1.400,00 em 2023 e negou que queira acabar com o 13º salário, férias e outros direitos dos trabalhadores, como chegou a ser veiculado pela campanha petista, segundo Bolsonaro. Já Lula iniciou sua fala agradecendo os votos do primeiro turno e aprofundou o tema do salário mínimo. De acordo com o petista, em sua gestão Lula disse ter reajustado em 74%, enquanto Bolsonaro concedeu a reposição da inflação. Em resposta, Bolsonaro disse que fez o possível, mas afirmou que a pandemia impediu um reajuste melhor, destacando avanços atuais da economia. 

Lula voltou a criticar Bolsonaro sobre os repasses da merenda escolar, que pretende aumentar se for eleito. Já Bolsonaro afirmou que “todo o sistema” está contra ele, acusando Lula de mentir, assim como Lula, em resposta, também afirmou que quem mentia era Bolsonaro.

Ataques - Sobre a fala de Bolsonaro acerca da condenação de Lula e de 35 processos, citando os escândalos do “mensalão” e do “petrolão”, o ex-presidente e candidato afirmou que foi julgado “por um juiz mentiroso” e contra-atacou, citando o recente episódio envolvendo Roberto Jefferson. Bolsonaro rebateu citando que Jefferson era ligado ao PT e foi o delator do mensalão.

Lula então questionou sobre política externa, afirmando que outros países não querem ter relação com o Brasil e que Bolsonaro “está isolado na política internacional”. Bolsonaro mencionou as relações do governo Lula com a Venezuela e Cuba, financiando obras em outros países e que estes deixaram “calote com o Brasil”. Já o petista abordou que os investimentos retornaram com transferência de tecnologia e que o Brasil participou do BRICS e deixou saldo positivo quando saiu do Governo.

Os dois adversários concluíram a parte final trocando acusações de que estariam mentindo.

O segundo bloco começou com Bolsonaro afirmando que deu títulos de terra para mais de 400 mil assentados e liberdade às pessoas, resultado maior que o período da gestão do PT. Bolsonaro afirmou que nos primeiros oito meses deste ano entregou mais títulos de reforma agrária do que em oito anos do governo do PT e criticou o MST, que tinha, segundo Bolsonaro, espaço na gestão do PT. Já rebateu falando da importância da agricultura familiar, que buscou valorizar em seus governos. 

VEJA MAIS

4.600 militares apoiarão segurança e logística das eleições na região Norte
Comando Conjunto Norte atuará no Pará, Amapá e Maranhão

Eleições 2022: Transparência Eleitoral acompanha preparação das urnas
ONG realizou vistoria em depósito de urnas localizado em Ananindeua

STF decide manter transporte público gratuito no segundo turno das eleições 2022
Sete ministros acompanharam o voto do relator Roberto Barroso. Nunes Marques e André Mendonça foram contra

Na sequência, os candidatos debateram sobre a legalização do aborto, trocando acusações mútuas sobre o tema. Ambos fizeram acusações de que o adversário seria favorável ao aborto, o que os dois também negaram. Houve, ainda, nova troca de ataques com os temas de políticas para mulheres e legalização das drogas, o tema de renda para aposentados entrou na pauta. Lula disse que pensionistas e aposentados perderam recursos com a reforma da previdência. Já Bolsonaro destacou avanços de sua gestão nessa área e afirmou que na gestão de Lula ocorreram perdas, o que o petista também negou.

No terceiro e quarto blocos, Bolsonaro e Lula retornaram com temas econômicos, principalmente. Bolsonaro disse que no governo dele houve criação de empregos, mesmo com pandemia, com média mensal de 30 mil empregos ao mês. Mas, Lula apontou que o governo federal mudou o perfil do levantamento sobre número de empregos. O petista disse que no governo dele só se registrava postos de trabalho formal, com carteira assinada, enquanto no de Bolsonaro se considera o microempreendedor, por exemplo.

Lula disse que que vai isentar do Imposto de Renda todas as pessoas que ganham até R$ 5.000. Afirmou que no governo Bolsonaro a economia cresce 1%, enquanto no dele crescia mais e prometeu revigorar a CLT, para que os trabalhadores tenham direitos restabelecidos. Bolsonaro disse que no final do governo do PT o País perdeu mais de 3 milhões de empregos e entrou em crise por causa da corrupção.

Lula respondeu afirmando que as pessoas sabem que já viveram melhor, que a massa salarial caiu, que o salário dos trabalhadores foi achatado. Em resposta, Bolsonaro afirmou que foi ele que assegurou que não houvesse taxação sobre o PIS, que facilitou com que muitas pessoas se tornassem microempreendedores. Disse também que anistiou 90% da dívida de estudantes no FIES e está levando água para o nordeste, que ele afirmou ser um oásis com energia limpa.

Sobre meio ambiente, Lula acusou o governo Bolsonaro de desmatar mais do dobro nos seus quatro anos. “No seu governo foram mais de 430 mil metros quadrados de madeira ilegal por ano, no meu governo foram 195 mil”. Ele disse ainda que o governo dele melhorou o índice de desmatamento na Amazônia. Já Bolsonaro questionou os dados e afirmou que foi na gestão de Lula os maiores índices de desmatamento “foram bem maiores que no meu governo”, destacou.

Considerações finais - Nas considerações, próximo da meia noite desta sexta-feira (28), Lula e Bolsonaro tiveram um minuto e meio para as considerações finais. Lula foi o primeiro a falar. "Quero agradecer a Deus essa oportunidade, agradecer a você que está aí há muito tempo esperando terminar esse debate, ouvir os candidatos, quero agradecer a Globo e dizer ao povo brasileiro, que se você quiser eu poderei ser o próximo presidente da República para restabelecer a harmonia neste país", disse Lula. O petista finalizou exaltando um tempo de paz social durante a gestão dele, sem ódio nem confusão. "O MEC distribuía 16 mil livros didáticos para o ensino médio, a cultura e a educação funcionavam, o povo trabalhava e o salário aumentou todo ano estava acima da inflação. Espero que tenha conseguido a sua consideração para que você volte no 13", finalizou Lula.

Bolsonaro também iniciou as considerações finais com agradecimentos. "Eu quero agradecer a Deus pela segunda vida que ele me deu em Juiz de Fora, não permitindo que a minha filha Laura fosse órfã. Também agradeço a Ele pela missão de comandar este país num dos momentos mais difíceis. Se depender da sua vontade estarei pronto para cumprir mais um mandato de presidente da República. Quero deixar bem claro mais do que escolher um presidente, é escolher o futuro da nossa nação, se nós viveremos em liberdade ou não, se a família será respeitada. Nós somos 90% cristãos, se o aborto continuará sendo proibido ou não, se queremos a liberação das drogas no Brasil. Nós somos a favor da ordem e progresso como a bandeira amarela e não a vermelha. Vamos lá, o Brasil é nosso, até à vitória. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", concluiu Bolsonaro.

Considerações finais de Lula


Considerações finais de Jair Bolsonaro


 

Eleições