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Virada de ano aquece balneários paraenses

Setores de hotelaria e alimentação fora de casa dão sinais de recuperação após meses de crise

Keila Ferreira

D esde o início do retorno gradual de algumas atividades econômicas, entre o final do primeiro semestre e início deste segundo semestre, os setores de hotelaria e alimentação fora do lar dão sinais surpreendentes de recuperação.

A época de final de ano é uma das mais aguardadas, especialmente para os estabelecimentos localizados nos balneários prediletos dos paraenses. Mas neste ano atípico, medidas adotadas pelas prefeituras e decisões judiciais buscam impor limites às festividades que estavam sendo planejadas com o objetivo de conter o avanço da covid-19 e evitar uma nova onda da doença. Existem preocupações envolvendo novas restrições, mas quem atua nesses setores afirma que os impactos das últimas medidas anunciadas não devem ser tão significativos.

Dono de um hotel em Salinópolis, Geraldo Nazaré afirma que, após a decisão judicial determinando que o Estado e o poder municipal se abstenham de licenciar shows e eventos que causem aglomeração nas festas de fim de ano no município, as reservas não foram canceladas e ele não tem mais vaga disponível até 15 de janeiro. Posteriormente,a Justiça autorizou a realização de eventos em alguns estabelecimentos do município, respeitando-se regras, como a capacidade de 50% do que foi autorizada pelos órgãos executivos municipais.

No caso da decisão envolvendo o município de Salinópolis, Geraldo diz que o ponto negativo foi limitar o acesso de turistas num período de grande movimento. “Por outro lado, a decisão de restringir apenas as grandes festas é positiva por conta daquelas pessoas que querem vir e não querem se sentir aglomeradas e fogem dos grandes centros para poder respirar um pouco mais sem a pressão das grandes capitais”, argumenta.

retomada

A retomada do setor hoteleiro de Salinas, segundo ele, tem superado as expectativas. O empresário conta que a projeção era recuperar pelo menos 50% do movimento, mas as etapas têm se antecipado. O réveillon, que geralmente se vende metade de outubro para Salinas, começou a gerar reservas em julho. “Nós ficamos com ocupação de segunda a segunda na ordem de 50%, isso não acontece em tempos normais. A cidade está muito aquecida”.

A expectativa agora é para março, na baixa temporada, porque é um período de chuva, mas Geraldo vem recebendo reservas para maio, principalmente dos hóspedes de outros Estados que estavam deixando de viajar. “O perfil do visitante de Salinas mudou. Passamos o ano inteiro com 90% da ocupação com turistas locais, Belém, Tailândia, Goianésia, Maranhão... Todos os hotéis de Salinas são ocupados pelos amazonenses, depois o amapaense. Mas esse pessoal parou de viajar. Inverteu: 90% é o turismo local e 10% alguém que se arrisca a viajar de avião ainda. Mas a gente já começa a vislumbrar uma mudança de cenário, começa a receber reservas de pessoas de Manaus, Macapá, Brasília,... O pessoal parece estar acreditando que a pandemia vai baixar novamente”, explica

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