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Vendas em supermercados crescem mais de 5%; no primeiro bimestre, alta foi de 7,57%

Com o início do pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, a expectativa é de que as vendas cresçam ainda mais

Elisa Vaz

Os supermercados tiveram crescimento real de vendas - já descontada a inflação - na casa dos 5,18% no mês de fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que realizou pesquisas em todos os estados do país. Em janeiro, o crescimento havia sido de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no bimestre, em janeiro e fevereiro, o crescimento foi ainda maior, de 7,57%, em relação ao mesmo intervalo em 2020. A entidade ainda manteve a projeção de alta no ano, de 4,5%, nas vendas reais em 2021 sobre 2020.

Segundo o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, o dado segue a mesma linha no Pará, e houve alta tanto no bimestre quanto em fevereiro individualmente. Ele diz que a explicação é simples: nos dois primeiros meses do ano passado, ainda não havia a pandemia do novo coronavírus no Brasil e, portanto, a população não tinha restrições. Neste ano, a diferença é que boa parte da sociedade ainda está em casa, trabalhando e estudando, e sem ir a bares e restaurantes.

"No ano passado, nesta época, tudo estava normal, só começou em março. A partir da pandemia, as pessoas ficaram em atividades remotas, com aulas, trabalho, sem bar e restaurante, aqui mesmo em Belém estávamos assim em fevereiro deste ano. Com isso, a venda dos produtos alimentícios é incrementada. As pessoas em casa, com restrições, têm o supermercado como único lugar para fazer suas compras. Muita gente que comia em restaurantes, fora de casa, passou a comprar do supermercado e fazer sua própria comida. A venda de bebidas também cresceu, sem os bares. No bimestre a explicação é a mesma, tudo em função da pandemia", afirma.

Já na comparação entre fevereiro e janeiro deste ano, os supermercados tiveram queda real de 6,75% nas vendas, reflexo da composição do mês diferente, com menos dias úteis. O vice-presidente administrativo da Abras, Marcio Milan, afirma que o resultado menos favorável em fevereiro do que no primeiro mês do ano foi influenciado por fatores como as próprias características do mês e também a renda das famílias na pandemia da covid-19, assim como a não realização do Carnaval. No entanto, Milan disse que essa variação é esperada no planejamento dos varejistas. 

"Houve queda em relação a janeiro por conta da quantidade de dias no mês, são dias a menos no mês que você tem para vender. Janeiro tem 31 dias, fevereiro tem 28. É um comportamento normal, todo ano acontece isso", comenta o presidente da Aspas. A partir de abril, com o início do pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, a expectativa é de que as vendas cresçam ainda mais.

Segundo Jorge, boa parte do benefício é utilizado na compra de alimentos. "As pessoas não recebem o auxílio e vão comprar uma roupa e ficam passando fome, elas vão focar na comida, precisam disso para viver. Isso aconteceu na outra rodada, ajudou demais o crescimento das vendas, o desempenho foi em função do auxílio emergencial, que foi fundamental para o setor nesse período", pontua. 

Os produtos que mais têm aumento de vendas, de acordo com Jorge Portugal, são os alimentos que compõem a cesta básica, como arroz, feijão e carnes mais baratas.

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