Vendas de artigos carnavalescos caíram em média 90% em Belém
Lojas de aviamento, armarinho e tecidos têm registrado movimento abaixo do esperado e pouco faturamento
O carnaval deste ano será diferente também para o comércio varejista. Em Belém, as vendas de artigos carnavalescos caíram em média 90%, diante do impacto do último decreto do Governo do Pará, que proíbe a realização de festas e aglomerações em virtude da pandemia de covid-19. As lojas de aviamento, armarinho e tecidos, bastante procuradas nesta época do ano, têm registrado movimento abaixo do esperado e pouco faturamento.
Os produtos mais procurados têm sido fantasias infantis e artigos para aniversário de crianças. Itens para customização, adereços e fantasias adultas seguem paradas nas gôndolas e prateleiras.
“O movimento está bem fraco, acredito que ninguém esteja apostando no carnaval por conta da pandemia. Quem mais tem vindo a loja são pais procurando fantasia para bebês ou para festa de mesversário. Temos vendido poucos adereços, como tiaras ou materiais para customização”, revela Dominick Halliday, gerente de uma loja do segmento de aviamento e armarinho.
A estratégia utilizada pelos lojistas para não amargar mais prejuízos foi disponibilizar para venda artigos remanescentes do estoque do ano passado. “Fomos pegos de surpresa com o último decreto, esperávamos um movimento melhor, igual como foi no São João do ano passado, no Natal. Mas conseguimos driblar o prejuízo porque estamos trabalhando com o que já tínhamos em estoque. Fizemos apenas um pedido pequeno de outros artigos e adereços que geralmente mudamos”, acrescentou Dominick.
Joy Colares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas (Sindilojas) de Belém, explica que a queda nas vendas se dá pela não realização das festas, desfiles de escolas de samba e blocos de carnaval tradicionais deste período.
“O público que mais consome nesta época são as escolas de samba que compram materiais para fantasias, clubes e casas de recepção que investem em artigos de decoração e público em geral. Como nenhuma destas atividades será realizada, podemos dizer que este ano o carnaval está fora do calendário dos lojistas. A expectativa é que as vendas não cheguem nem a 10% em comparação ao faturamento do ano passado”, ressalta.
Sobre o funcionamento do comércio, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Pará (Fecomércio-PA) divulgou, na última quarta-feira (10), um comunicado informando que os dias da chamada semana de carnaval não são feriados legalmente estabelecidos, e que o eventual não funcionamento de alguma atividade empresarial nestas datas acorre em razão de costume.
Sendo assim, nos dias 15, 16 (terça de carnaval) e 17 (quarta-feira de Cinzas), o comércio de Belém funcionará normalmente, de 8 às 18h. Nas repartições públicas, não haverá ponto facultativo, por isso, o atendimento ao público será mantido.