MENU

BUSCA

Venda de pescado cai nos supermercados de Belém

Mesmo com promoção de terça-feira, empresas não conseguem manter a saída de peixes

Elisa Vaz

As vendas de pescados nos supermercados de Belém caíram drasticamente após os casos suspeitos da doença da urina preta – nome popular para Doença de Haff – que estão em investigação em Belém. Mesmo na chamada “terça-feira do pescado”, dia de promoções para os consumidores de peixes, poucos clientes estavam em busca do alimento nos estabelecimentos visitados pela reportagem do Grupo Liberal.

Em um dos supermercados de Belém, localizado no bairro do Marco, o vendedor da seção de pescado, Manoel Afonso, afirmou que nenhum peixe que está relacionado à doença da urina preta está exposto aos consumidores, apenas os de água salgada. Mesmo assim, o movimento era baixo na tarde desta terça-feira (21).

“As vendas estão devagar, quase parando. Está saindo bem pouco pescado, mais filhote, dourada e pescada amarela. Mas hoje é a terça do pescado e está vazio, geralmente nos dias de terça sai bastante porque é mais barato. Acho até que poderíamos estender para quarta também, como uma forma de atrair os clientes”, opina.

Por outro lado, as carnes vermelhas e o frango passaram a sair mais depois da doença. O vendedor Clóvis Hermínio, desta seção, disse que a carne bovina continua sendo vendida na mesma quantidade, mas outras estão saindo mais. “O preço da carne de boi está alto, então as pessoas não compram muito. Mas o frango e o porco elas estão levando bastante, acho que a venda de carne de porco cresceu até mais que a do frango. Cada consumidor leva entre três e quatro bandejas”.

Aposentada, Marileide Couto Barbosa, de 78 anos, não deixou de comer peixe depois dos casos suspeitos da doença, até porque não tem o costume de comprar as espécies que vêm de água doce, só da salgada. “Moro em Belém com meu filho, mas meu marido faleceu pela covid-19 e fui passar um tempo em Macapá com a família. Cheguei ontem, lá tá normal, peixes bons e baratos. Aqui não sei como está a situação, mas quase não como peixes de água doce, difícil comer tambaqui. Compro mais pescada amarela e filhote, lá em casa é muito peixe, pouca carne vermelha”, conta a consumidora, que estava no supermercado em busca do alimento.

Em outra empresa, o gerente da seção de pescado, Edivaldo Vieira, garantiu que a queda nas vendas foi brusca: cerca de 70%. Lá também tem a terça do pescado, mas poucos consumidores estavam comprando na promoção ontem. “Nós estamos vendendo peixes como o tambaqui, porque o nosso vem de Rondônia, de cativeiro, quem tem conhecimento do procedimento continua comprando”, diz. Das espécies de água salgada, as que mais são vendidas no local são pescada amarela, gurijuba e corvina.

O enfermeiro Rosinaldo Filho, de 39 anos, também não deixou de consumir peixe, mas está evitando os sinalizados; os outros, ele está consumindo normalmente. “Não compro muito peixe, só esporadicamente. Agora foi a dourada”, comentou.

Economia