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Veja se investir em ouro é uma boa alternativa

BC comprou 41,8 toneladas em junho; mas será que o mesmo vale ao investidor comum

Débora Soares / O Liberal

O Banco Central aumentou o volume de ouro das reservas internacionais em 52,7% comprando 41,8 toneladas de ouro em junho deste ano. Esse foi o maior montante adquirido pelo Banco, em um mês, desde dezembro de 2000. Em abril, as reservas contavam com 79,3 toneladas do minério, passando agora a ter 121,1, o equivalente a aproximadamente US$ 6,8 bilhões. As quantias compradas pelo BC anteriormente não chegavam a um montante tão expressivo quanto o do mês passado, que foi de 11,9 toneladas, totalizando assim um acréscimo de 53,7 toneladas de ouro às reservas internacionais.

O ouro é considerado o ativo real mais seguro do mundo, mais até do que o próprio dólar, por ser palpável e não ter como "sumir".  Diante de cenários de crises, como houve em 2020 por exemplo, o ouro tende a disparar, porque as pessoas ficam receosas quanto à valorização das moedas mais utilizadas, como o dólar. O especialista em investimentos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Maurício Paiva, explica por que isso ocorre: "Bancos Centrais e grandes investidores têm uma parcela em ouro que é como se fosse aquela parcela segura. Em momento de crise, grande parte do dinheiro vai para o ouro, que o faz valorizar. Sabendo disso, faz sentido ter o mineral na sua carteira, porque se vários ativos vão cair, aquela parte que você já tem em ouro vai valorizar. Chamamos isso de movimento contrário em relação aos outros ativos que vão sofrer estresse, em crises. Mas se você possui ouro na sua cartela, vários investidores vão atrás dele, o que o fará ser valorizado".

Esse investimento do BC é justificável, para o especialista, visto que "o ouro está 'barateando', porque a crise da pandemia está passando, faz todo o sentido o nosso Banco Central recompor o ouro, já que ele desvalorizou”, conclui.

Investidor comum

Esse tipo de aplicação não é aconselhado para investidores comuns, por, geralmente, ser reservado uma porcentagem pequena para esse tipo de ação, mas para empresas de grande porte é tipo como uma fonte segura de capital. "Uma porcentagem pequena em ouro não faria tanta diferença na carteira dos pequenos. Porém para quem já tem uma carteira um pouco mais robusta, acima de R$ 300 mil, por exemplo, é vantagem sim dispor de cerca de 5% para isso, assim como também investir em dólar, justamente para se precaver em períodos difíceis", acrescenta Maurício.

Como funciona

O investimento nesse metal precioso no mercado financeiro funciona em forma de vendas de títulos. "Um banco tem, por exemplo, uma tonelada em barras de ouro, que é posto em cofres auditados, aceitos por todos todos os outros bancos que fique assim custodiado, dessa forma, essa instituição financeira pode vender essa tonelada em papel, através de títulos financeiros que correspondem ao valor do ouro com a correção do dia da compra", explica Paiva.

O primeiro passo para quem busca fazer investimentos financeiros desse tipo é conhecer o mercado e como funcionam os mais diversos tipos de mecanismos para essa aplicação. "Entender o que é um ativo de proteção e sua função numa carteira de investimento e saber que aquele ativo ali não é para trazer rentabilidade, mas sim proteção, são fundamentais para quem está querendo ingressar nesse mercado", indica o especialista.

Economia