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Veja quais peixes ficaram mais caros e mais baratos em Belém

Levantamento foi feito pelo Dieese Pará e Secretaria Municipal de Economia

Emilly Melo

As principais espécies de pescados mais procuradas em Belém ficaram mais caras no último mês de novembro, após sete meses consecutivos de quedas. Segundo o relatório feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), em conjunto com a Secretaria Municipal de Economia de Belém (Secon/PMB), divulgado nesta quinta-feira (15), o aumento chega a superar a inflação calculada para o período.

O levantamento coletou, semanalmente, os preços de 38 tipos de pescados comercializados em mercados municipais da capital paraense durante o mês de novembro deste ano. O aumento mais expressivo foi visto na arraia, com quase 11% de reajuste. 
O vendedor Cleuder Pimenta, que trabalha no Mercado de Peixes, no centro comercial de Belém, há quase três décadas, diz que o fluxo de clientes está menor por conta do preço. Nesta época do ano, segundo ele, é quando os valores começam a subir em todas as espécies. "É muita chuva e também alguns peixes entram em período de defeso, aí já fica mais difícil. É como uma Bolsa de Valores. Quando falta um pouco o peixe, aumenta com tudo o valor", relata.
Esse baixo movimento nos mercados e feiras deve permanecer durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Nem a ceia de Natal é capaz de aquecer o mercado, de acordo com o vendedor. "Fica inviável para o consumidor, nem todo mundo pode comprar um peixe caro. A dourada, por exemplo, hoje está R$ 27, mas um mês atrás estava R$ 20, até R$ 22. Todas as espécies aumentaram, só os peixes menos vendidos que continuam a mesma coisa. Já os de primeira, como filhote, dourada e pescada amarela, estão mais caros".
Dona de casa, Edna Maria, de 53 anos, não costuma comprar peixe - esta é uma função de seu marido. Mas, como ele estava ocupado, ela acabou indo até o mercado garantir o almoço do casal. Geralmente, eles compram pescado duas vezes na semana e gastam cerca de R$ 50. Na opinião da consumidora, antes os preços estavam mais altos e agora estão caindo.
"A gente só compra um quilo e meio ou dois quilos, porque são só duas pessoas. Hoje comprei piramutaba, mas a gente come outras espécies também. Acho que está bom o preço, razoável. Se aumentar mais vou ter que comprar menos da próxima", conta Edna.

Dourada tem alta significativa

Além da arraia, outras espécies de pescado tiveram aumento no preço, como: o tambaqui, com alta de 8,03%; seguido do cação, com  7,85%; corvina, com 7,78%; serra, com alta de 7,06%; dourada, com 6,74%; pirapema, com 6,58%; curimatã, com aumento de 5,16%; filhote, com 5,09%; surubim, com alta de 4,31%; pescada amarela, com reajuste de 3,81%; camurim, com alta de 3,76%; e gurijuba, com 3,71%.
No acumulado dos últimos 12 meses, as pesquisas mostram que os maiores aumentos foram verificados nas seguintes espécies: serra, com reajuste de 49,08%; seguido do pacu, com alta de 33,13%; gurijuba, com 26,64%; cachorro de padre, com 25%; filhote, com 21,51%; acari, com alta de 21,18%; tamuatá, com 19,57%; pescada branca, com 19,01%; sarda, com 17,68%; surubim, com 17,60%; e corvina, com alta de 16,94%.
Por outro, as únicas espécies que tiveram redução no preço no último mês foram: tucunaré, com queda de 13,54%; seguida do acari, com recuo de 1,90%; aracu, com 6,22%; bagre, com 1,53%; e cachorro de padre e pacu, com queda de 2,33% e 6,74%, respectivamente. 
 

Preço médio do pescado —- variação (%) 

 Novembro/2022
  • Acari R$ 10,30  —-  (-1,90%)
  • Aracu R$ 10,56 — (6,22%) 
  • Arraia R$ 10,02 — (10,84%)
  • Bagre R$ 10,95 — (1,53%)
  • Cação R$ 15,93 — (7,85%)
  • C. padre R$ 10,50 —- (-2,33%)
  • Camurim R$ 23,43 —- (3,76%)
  • Corvina R$ 17,60 —- (7,78%)
  • Curimatã R$ 11,82 —- (5,16%)
  • Dourada R$ 22,50 —- (6,74%)
  • Filhote R$ 27,85 —- (5,09%)
  • Gurijuba R$ 22,34 — (3,71%)
  • Mapará R$ 13,40 —- (1,90%)
  • Pacú R$ 10,65 —- (-6,74%
  • Peixe pedra R$ 15 — (3,23%)
  • Pescada amarela R$ 27,80 — (3,81%)
  • Pescada branca R$ 15,21 —- (2,70)
  • Pescada gó R$ 14,37 —- (0,84%)
  • Piramutaba R$ 13,79 —- (0,44%)
  • Pirapema R$ 6,80 —- (6,58%)
  • Pratiqueira R$ 15,43 —- (1,31%)
  • Sarda R$ 15,04 —- (2,66%)
  • Serra R$ 18,65 — (7,06%)
  • Surubim R$ 20,58 —- (4,31%)
  • Tainha R$ 18,68 —- (2,47%)
  • Tambaqui R$17,48 —- (8,03%)
  • Tamuatá R$ 13,99 —- (2,87%)
  • Tucunaré R$ 20,95 (-13,54)
  • Xaréu R$ 11,24 —- (0,72%)

 

Fonte: Pesquisa conjunta DIEESE/PARÁ e SECON (PMB)
 
(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política) 
Economia