MENU

BUSCA

Setor empresarial e prefeito Nélio Aguiar defendem que concessão da BR 163 vá até Santarém

Após leilão de trecho, expectativa é de desenvolvimento e investimentos contínuos na rodovia, o que, consequentemente, trará segurança de trafegabilidade e celeridade nas obras

Natalia Mello

O Sindicato Rural (Sirsan), o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, e a Associação comercial e de Empresários do Município, afirmaram, em entrevista ao jornal O Liberal, que acreditam em melhorias concretas com a privatização da BR-163 (Cuiabá-Santarém, no trecho que faz a ligação do município de Sinop, no Mato Grosso, e o distrito de Miritituba, em Itaituba, no Pará. A expectativa da entidade e da administração do município próximo é a mesma: desenvolvimento e investimentos contínuos na rodovia, o que, consequentemente, trará segurança de trafegabilidade e celeridade nas obras.

Para o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, a decisão de privatizar é de extrema importância para o desenvolvimento não somente do Pará, mas do Brasil, pelo fato de ser um grande corredor de exportação de grãos. Mas ele questiona a privatização ser até Miritituba, visto que já existe porto público da Companhia Docas do Pará no município, além de um porto privado e outros se instalando no município de Santarém.

“Tem estudo de viabilidade de toda a nossa área portuária e nós entendemos que essa concessão deveria ter sido até Santarém, mas estudos já foram solicitados ao Ministério do Transporte para que se faça uma nova concessão do trecho do km 30 até o município de Santarém”, diz. Nélio acredita no modelo de concessão privada porque o impacto do pedágio é investimento direto na qualidade do serviço prestado à população.

“Você tem muito mais segurança, o piso é todo bem feito, sem buracos e riscos maiores, tem toda uma assistência. Esse modelo de privatização vem dando certo e a gente acredita que também vai dar certo nesse trecho da BR-163, que precisa de investimentos maiores e também da agilidade desses investimentos o que muitas das vezes o governo federal não consegue, então é ter celeridade para dar repostas mais rápidas na execução dessas obras, que são necessárias”, conclui o prefeito.

Segundo Roberto Branco, da Associação Comercial e de Empresários de Santarém, a concessão da BR-163 até itaituba vem coroar uma luta histórica da nossa entidade que tem batalhado por essa rodovia desde a sua abertura. "Vem garantir o tráfego na rodovia e com certeza uma manutenção muito melhor e mais eficiente. O nosso objetivo agora é trazer a concessão até Santarém, realmente um dia principais portos de exportação do arco Norte e precisamos que essa concessão chegue a Santarém, e para isso nós estamos empenhados em melhorar as áreas portuárias, que facilitará e muito o embarque de grãos, adubos e defensivos", declarou.

Para o presidente do Sirsan, Sérgio Schwade, o importante não é a privatização, mas a trafegabilidade da rodovia. “Importante é ter uma rodovia para você trafegar de forma segura, aí você paga com gosto. As melhores rodovias do pais são terceirizadas. Agora que se terminou a pavimentação da BR-163, que foi concluída após cerca de 50 anos. Houve geração que morreu e não viu a pavimentação. Famílias que chegaram e foram colocadas ao longo do trecho para trabalhar e buscar sua fonte de renda e dignidade e não viram isso chegar todos esses anos”, afirmou o paranaense, que há 20 anos mora em Santarém.

Sérgio pontua que a terceirização desse tipo de serviço é para o bem da população, mas alerta que o trabalho e comprometimento com o serviço deve ser mantido. Em seu discurso, ele levanta o questionamento sobre cobrar valor pelo pedágio e não manter um serviço de qualidade oferecido.

“Não adianta cobrar e não manter. O que falta para o Norte, que é a terra mais rica e o povo mais pobre, é infraestrutura. Isso não significa desmatar, é cuidar o que se tem, melhorar logística. A produção do centro-oeste visa a Calha Norte porque não tem mais espaço para a região Sul. O caminho é o Norte mesmo, e aí teve essa iniciativa para poder cuidar melhor. Quanto mais as empresas cuidarem, mais vão arrecadar, então o objetivo é cuidar mesmo porque senão cuidar não trafega”, finaliza.

A concessão foi dada ao Consórcio Via Brasil BR-163 que, sem concorrentes, venceu o leilão para operar com pedágio na rodovia BR163/230.

A concessionária fará investimentos de R$ 1,8 milhão em segurança e manutenção, e mais R$ 1 bilhão em serviços ao usuário nos próximos 10 anos. O Consórcio ofereceu R$ 0,07867 por quilômetro rodado em tarifa de pedágio – o valor mínimo exigido pelo edital era de 0,856. O sistema rodoviário tem 1.009,52 metros de extensão e é um dos principais corredores de escoamento da safra de grãos da região, principalmente soja e milho.

Economia