MENU

BUSCA

Setor industrial deve investir mais de R$ 55 bilhões no Pará até 2027

A implantação de novos empreendimentos traz perspectivas de incremento na geração de emprego e renda para o estado

Fabrício Queiroz

A economia paraense costuma ser caracterizada pela predominância de atividades ligadas ao extrativismo, à agropecuária e ao comércio e serviços. Ainda que o estado conte com 7.964 industrias e empresas correlatas ativas, segundo cálculos da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), a produção local abrange sobretudo a demanda por commodities, ou seja, matérias-primas ou itens em pequeno estado de industrialização direcionados ao mercado exterior. Os anseios por projetos de verticalização dos insumos minerais e recursos naturais são antigos e a previsão é que esses planos ganhem forma com as perspectivas de que R$ 55,7 bilhões serão investidos ao longo de cinco anos.

As projeções são da plataforma Redes/Fiepa, que elenca projetos nos segmentos de infraestrutura, logística, mineração e óleo, gás e energia, com fábricas, terminais de transporte, ferrovias e áreas de exploração de recursos naturais. Entre eles, o investimento de maior porte deve ocorrer por meio da Petrobrás, que avança na estratégia de exploração de petróleo em águas profundas na Margem Equatorial. Somente a estatal deve destinar US$ 2,9 bilhões - equivalente a cerca de R$ 16 bilhões – para as ações nas bacias sedimentares da costa brasileira desde o Amapá até o Rio Grande do Norte, o que inclui o estado do Pará.

LEIA MAIS:

As perspectivas são positivas, contudo medidas estruturantes e de apoio ainda são apontadas como necessárias para que haja um cenário de pleno desenvolvimento das indústrias no Pará. “O nosso setor produtivo enfrenta cotidianamente diversos desafios que comprometem o seu desenvolvimento, e podemos citar alguns, como a falta de investimentos em infraestrutura, o confuso e burocrático sistema tributário brasileiro, a demora na concessão de licenciamentos ambientais, a competição com produtos de fora e a dificuldade de acesso a crédito para novos investimentos”, elenca José Conrado Santos, presidente da Fiepa.

Da mesma forma, Vasconcellos analisa que é preciso atenção do Estado brasileiro para o potencial do Pará e, por isso, ele defende que iniciativas como as operações na Margem Equatorial, o derrocamento do Pedral do Lourenço, a consolidação dos corredores do Arco Norte e a implantação da Ferrogrão saiam efetivamente do papel.

“Estes projetos ligados à indústria de óleo e gás e ao agronegócio, já tem atraído bilhões de reais em investimentos e ainda tem potencial incalculável de atração de bilhões em investimentos, com a geração de centenas de milhares de empregos locais, geração de renda e tributos inéditos na história paraense. Toda a sociedade paraense deve unir esforços com o governo estadual para a efetivação destes empreendimentos que mudarão a história do Pará”, destaca.

“A verticalização das principais matérias primas e cadeias produtivas é o nosso principal objetivo, pois assim multiplicamos e internalizamos emprego e renda. O Pará, como sabemos, tem destacada produção de minérios, frutos, proteínas animais e vegetais e tem o desafio de gerar cada vez mais condições de atrair investimentos privados, para desenvolver projetos que proporcionem mais desenvolvimento e riqueza localmente. O Pará dispõe de água em abundância, energia de fácil acesso, áreas incentivadas, vias de escoamento rodoviário, fluvial, aeroviário e marítimo, além de projeto ferroviário. Certamente, há muito potencial para esse crescimento”, completa Lutfala Bitar.

Economia