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Setor agropecuário no Pará contará com R$ 1 bilhão de Fundo de Financiamento do Norte

Recursos irão atender o projeto Pecuária Verde, que visa a monetização de serviços ambientais, investimento em tecnologia e qualificação técnica de produtores.

Natalia Mello

O Pará vai contar com mais de R$ 1 bilhão do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) para investimentos no setor agropecuário. Segundo o Banco da Amazônia, realizador do projeto Pecuária Verde, a iniciativa está inserida nesse orçamento, e vem para propor a monetização de serviços ambientais, o aumento de recursos aplicados em tecnologia para o segmento e qualificação técnica de produtos. O produto financeiro, ainda em sua fase piloto, foi lançado nesta segunda-feira (29), durante um webinar, quando foram apresentadas suas condições operacionais e direcionamento.

A finalidade do projeto é elevar a produção da pecuária na região. De acordo com o diretor de Gestão de Recursos e Portfólio da instituição financeira, Luiz Otávio Maciel, o produto financeiro nasce a partir da seleção do Banco da Amazônia em um projeto Finanças Brasileiras Sustentáveis (FIBRAS), uma cooperação dos governos da Alemanha e do Brasil, que patrocinou as consultorias especializadas e ainda contou com o apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento.

o valor anunciado pelo FNO será suficiente para atendimento não só do Pará, mas da Amazônia como um todo.

“É inovador, na medida que incorpora em sua tecnologia uma medida técnica que categoriza o estágio de desenvolvimento técnico da atividade pecuária, então, a partir da avaliação, é possível fazer a recomendação técnica para o melhor manejo daquela atividade, a fim de buscar produtividade, além de cuidar da qualificação técnica dos trabalhadores nessa metodologia, e ter preocupação com o bem-estar dos animais. Pelo lado do Banco, há a necessidade de adequação dos produtos financeiros, prazos, taxas, garantias e condições de apoio necessárias para o desenvolvimento dessa atividade”, explica Luiz.

Ainda segundo o diretor, no processo há um importante passo que é o monitoramento, que demanda tecnologia para que seja feito de forma remota. “Aí é feita a visita técnica, as medições necessárias e a verificação. Uma vez que você fez monitoramento, relato e verificação do impacto, através de indicadores, você pode sim emitir o selo de que houve um serviço ambiental relevante produzido por aquela unidade”, detalha.

O Banco também propôs, com o produto, um passo ainda mais alinhado com as expectativas ambientais da sociedade contemporânea: serão monetizados serviços ambientais, trabalhando desde a oferta desses serviços, para que seja valorado economicamente, até a busca de interessados em adquiri-los para compensar sua pegada ambiental.

“Essa é a visão de um produto piloto, que inicia com 10 pecuaristas e segue até março. A partir dos resultados obtidos, lançaremos um produto definitivo com todos os ajustes que vierem ainda desse processo inicial, na certeza de que o Banco da Amazônia oferecerá para a sociedade um produto inovador e que garante a adoção de práticas socioambientais relevantes”

Produto Pecuária Verde

De acordo com o banco, o projeto viabiliza a intensificação da pecuária e a geração de serviços ecossistêmicos na região por meio da recuperação de pastagens degradadas, reflorestamento ou uso consorciado das áreas que possuem baixa aptidão à pecuária, redução da emissão de gases de efeito estufa por meio do sequestro de carbono, proteção do solo, recuperação e proteção de áreas de preservação permanente, todas essas atividades requerem a capacitação do produtor e o acompanhamento da assistência técnica por todo o ciclo de vida do projeto.

Além disso, o produto conta com uma plataforma Monitoramento, Relato e Verificação (MRV) que irá mensurar os serviços ecossistêmicos produzidos, bem como, capacitação, propiciando elevar o nível de gestão dos empreendimentos, maior chance de sucesso e, por conseguinte, menor risco de inadimplência; aderência aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 da ONU e à Dimensão Sustentabilidade da Agenda BC#, podendo monetizar essa geração de serviços ecossistêmicos por meio da emissão de Cédula do Produto Rural - Verde.

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