Serviços que não aceitam pagamento digital geram dilema nos paraenses

Pessoas se veem obrigadas a sacar dinheiro para usar serviços como transporte público

Maycon Marte | Especial para O Liberal
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A modalidade de pagamento digital revolucionou a praticidade nas transações financeiras e foi bem recebida pelos paraenses. No entanto, apesar dos benefícios, a transição do analógico para o digital exige a readaptação de todos os setores. Dessa forma, paraenses que ainda precisam lidar com serviços pagos apenas com dinheiro em espécie enfrentam transtornos frequentes. “Muitas das vezes me pego trocando com meus pais, que já são idosos e usam muito dinheiro em espécie, e mando para eles o dinheiro no pix”, afirma a jornalista Maria Rita Araújo, sobre a dificuldade.

A comunicadora explica que inicialmente recebia seu salário em espécie, mas optou pela transação digital devido a praticidade dos pagamentos instantâneos. “Era mais fácil para fazer pagamentos em cartões e eu não gostava de sair com todo o dinheiro na bolsa”, destaca. Apesar de reconhecer os benefícios da modalidade de pagamento mais moderna, a profissional lembra de não cogitar sobre os momentos em que ainda precisaria de dinheiro em mãos.

Entre as situações do cotidiano que mais exigem a transação dos valores no modelo antigo, Araújo destaca o serviço de transporte público como principal exemplo e afirma, “o ônibus é meu principal meio de transporte”. Com a necessidade de locomoção prejudicada pela falta de dinheiro em espécie, busca recorrer a pessoas e locais próximos, mas nem sempre consegue. “Tem muitos lugares que ainda não aceitavam pix, às vezes por medo de golpe ou apenas pelo fato de não quererem receber por pix mesmo”, e sobre esses casos ainda reforça, “ou eu pago no cartão, ou tenho que ter dinheiro em mãos".

Para evitar possíveis emergências como esta criou o hábito de sacar valores maiores baseados no seu gasto total para um determinado período de tempo. “Durante o fim de semana eu faço as contas de quanto irei precisar para as passagens e dou uma margem de R$20 a mais caso haja uma emergência”, explica. 

Memória do passado

O servidor público Luiz Pastana, 39 anos, que vivenciou a transição dos pagamentos apenas com dinheiro em espécie para as modalidades digitais afirma: “Não sinto nenhuma falta”. Na sua memória, Pastana recorda das filas e da demora para conseguir realizar seus pagamentos. “Tenho bastante trauma com isso, porque era uma fila horrível, duas a três horas para você conseguir pagar uma conta”, ressalta.

Pastana conta que mesmo antes do surgimento do pix e da revolução dos pagamentos instantâneos, sempre optava por quaisquer modalidades que não dependessem do dinheiro em mãos, como cartões de crédito ou transferência. Ainda enfatiza que deixa de frequentar estabelecimentos que ainda resistem a transicionar para as novas modalidades. “Os lugares que não aceitam, esses lugares eu não vou, se precisar pegar fila eu não vou pagar, se não tiver como pagar online ou no cartão eu evito”. Segundo ele, apenas alguns postos de abastecimento ainda representam obstáculos nesse sentido, entretanto, mesmo nesses casos opta por não usar o dinheiro. “Se for uma emergência, eu vou pagar com cartão de crédito, com um preço maior”, enfatiza.

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