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Saque e Troco via Pix deve facilitar vida de comerciantes em Belém

Novos serviços da plataforma começam a valer hoje. Estabelecimentos que aderirem irão receber tarifas entre R$0,25 e R$0,95 em cada transição

Eduardo Laviano

O Pix agora conta com dois novos serviços: o Pix Saque e o Pix Troco. Ambas modalidades começaram a funcionar nesta segunda-feira (29) e irão permitir o saque em espécie nos estabelecimentos comerciais.

Isso significa que quem precisa de dinheiro de papel não dependerá mais somente de um cartão e de um caixa eletrônico, já que os estabelecimentos irão receber o Pix e pagar em cédulas com recursos do próprio caixa. A adesão às novas modalidades é opcional. 

Nenhum cadastro é requerido pelo sistema, ou seja, quem já tem chaves Pix usará elas para as funções Saque e Troco normalmente, com oito operações gratuitas por mês para as pessoas físicas.

Já as empresas que aderirem ao sistema receberão uma tarifa que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a depender da negociação com o banco ao qual o estabelecimento está vinculado.

Os pagamentos do montante de tarifas que o estabelecimento arrecadou com as transações serão feitos em datas diferenciadas, em um intervalo que vai do quinto ao 15º dia útil do mês. Cada comerciante poderá estabelecer um limite próprio de saque e troco de acordo com as necessidades do negócio. 

A ideia veio a calhar para o atendente Jonathan Silva. Ele trabalha em uma padaria no bairro de Fátima, na capital paraense, e admite que passar troco nem sempre é das tarefas mais fáceis. Ele ainda não sabia dos novos serviços do Pix, mas recebeu a notícia com expectativas positivas.

"O Pix proporciona uma facilidade muito grande no pagamento, como na questão de troco que às vezes a gente não tem, né? Quando [o dinheiro] cai direto na conta é uma facilidade a mais. Ainda pagam no dinheiro, mas o Pix tem uma crescente bem alta. Com certeza vai ser uma boa pois as moedas estão se tornando escassas para a gente. É uma coisa que sempre falta. Então vem mais facilidade para a gente. Tem tudo para dar certo", projeta ele. 

O passo a passo da operação é o mesmo do Pix comum, mas precisa ser feito com o código QR estático do estabelecimento ou o dinâmico, que muda de acordo com o valor.

O limite máximo das transações tanto do saque quanto do troco é de R$ 500,00 durante o dia, e de R$ 100,00 entre 20h e 6h.A intenção do Banco Central ao impor limites de horários para valores altas é para evitar golpes e crimes. 

Júnior Pires acha que a medida servirá mais para o controle do Banco Central e do próprio consumidor, já que muitos conhecidos dele já realizam 'saques informais' no Pix.

"Eu já mandei R$ 30 para um amigo uma vez pelo Pix para ele me pagar em papel. Já fiz isso várias vezes, na verdade. Com troco, idem. Acho que para eles vai ser bom para analisar melhor as transações. No dia a dia, isso já é natural", avalia ele. 

O Pix completou um ano em novembro com 101,3 milhões de usuário e mais de R$ 559 milhões transferidos. 7,6 milhões de empresas brasileiras já aderiram ao sistema para receber pagamento. 

De acordo com o Banco Central, os novos serviços ajudarão os comerciantes a terem finanças mais organizadas com transações discriminadas, de maneira segura. Além da remuneração pelas transações, a procura pelo saque deve provocar um efeito vitrine para os estabelecimentos, já que as pessoas que buscarem dinheiro em espécie entrarão obrigatoriamente na loja, ou seja, os produtos ganharão mais visibilidade e o desejo pelo consumo pode ser ativado durante a passagem. 

Cleonice Borges tem um mercadinho no bairro do Telégrafo e conta que já se acostumou a dar trocos via Pix.

"Tem cliente que até prefere, sabia? Eu acho bom isso também porque é uma segurança, eu acho. Com o tempo é capaz desse dinheiro nosso de papel, que vai de mão e mão, sumir. O tanto de correria que eu já passei com essa história de troco, só Deus sabe. Tem que ir ali no posto [de gasolina] ou então no homem da fruta. Vai ser bom sim", afirma. 

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