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Saiba quando revisar a suspensão do carro em Belém e trocar peças do sistema

Oficinas da capital paraense registram aumento nas trocas de peças por causa da má conservação das vias; revisões preventivas são negligenciadas por muitos motoristas e agravam o problema.

Jéssica Nascimento

Buracos, lombadas elevadas e asfaltos remendados são inimigos silenciosos do sistema de suspensão dos carros que circulam por Belém. Donos de oficinas mecânicas de carros alertam para a importância da revisão preventiva e explicam quando é hora de trocar os componentes do sistema. Segundo eles, o descuido com a manutenção preventiva agrava o problema e pode comprometer a segurança dos motoristas e passageiros.

Vias irregulares afetam diretamente a suspensão dos carros

A rotina de quem dirige por ruas com baixa qualidade é um desafio para os sistemas de suspensão dos veículos. Toni Chaves, proprietário de uma oficina na Avenida Doutor Freitas, afirma que o maior número de atendimentos que realiza está diretamente ligado às condições precárias das vias.

“É comum termos que trocar ponteiras, pivôs, buchas de bandeja e, principalmente, os amortecedores. A buraqueira e as lombadas muito altas reduzem a vida útil das peças, que muitas vezes não chegam nem aos 50 mil quilômetros prometidos pelos fabricantes”, explica Toni.

Segundo ele, a recomendação é levantar o veículo a cada 5.000 km ou, no máximo, a cada quatro meses, para realizar uma verificação minuciosa do sistema. “Se o motorista deixar para fazer a manutenção só quando aparece um problema, o custo será mais alto e o risco de acidentes também”, alerta.

Quais peças costumam apresentar mais problemas?

De acordo com os mecânicos ouvidos pela matéria, os componentes que mais sofrem desgaste são:

  • Amortecedores
  • Buchas de bandeja
  • Pivôs
  • Barras axiais
  • Bieletas
  • Coxins
  • Molas

Clayton Ricardo, que comanda uma oficina no bairro do Marco, reforça que impactos em lombadas mal sinalizadas ou buracos profundos são os principais causadores de danos. “Depois de um impacto, é quase certo que o carro precise de alinhamento, balanceamento e, muitas vezes, substituição de peças. Até pneus podem ser danificados, formando bolhas e comprometendo a segurança”, diz.

Sinais de que a suspensão está com problemas

Camilo Brito, cozinheiro de 30 anos, relata que só percebeu que havia algo errado com seu carro quando começou a escutar barulhos metálicos ao passar por lombadas e buracos. “A frente do carro começou a ‘quicar’ mais do que o normal e a direção ficou instável. Aí percebi que devia ser a suspensão”, conta.

Segundo ele, entre os principais sintomas de uma suspensão comprometida estão:

  • Barulhos metálicos vindos da parte inferior do veículo;
  • Dificuldade para controlar o volante;
  • Vibração exagerada em pistas irregulares;
  • O carro “quica” mais do que o normal;
  • Desgaste irregular nos pneus.

Manutenção preventiva: economia e segurança

Toni Chaves explica que, embora a revisão preventiva do sistema de suspensão seja possível, a maioria dos motoristas só procura a oficina quando o problema já está avançado. “A manutenção corretiva é mais cara. Às vezes é necessário trocar vários itens de uma vez. Por isso, sempre recomendamos que se faça a checagem regular, mesmo que não haja sintomas aparentes”, afirma.

O custo de uma revisão preventiva pode variar bastante, dependendo do modelo do carro e do que precisa ser trocado. Em média, a substituição de amortecedores, por exemplo, pode custar entre R$ 800 e R$ 1.500, considerando peças e mão-de-obra.

Como aumentar a vida útil da suspensão?

Segundo Toni Chaves, além da manutenção periódica, alguns cuidados durante a condução ajudam a preservar a suspensão:

  • Reduza a velocidade ao passar por lombadas e buracos;
  • Evite sobrecarregar o carro com muito peso;
  • Fuja de ruas em más condições sempre que possível;
  • Faça alinhamento e balanceamento regularmente;
  • Use peças de qualidade ou recomendadas pelo fabricante.

As marcas mais usadas em oficinas de Belém, segundo os mecânicos ouvidos, incluem Cofap, Axon e Perfect, com bom custo-benefício e durabilidade comprovada.

Camilo Brito acredita que um dos motivos pelos quais muitos motoristas adiam a revisão é o custo. “Já pensei que seria ótimo se existisse um tipo de seguro ou pacote que cobrisse a suspensão. Algo como um plano com revisões periódicas inclusas, que ajudasse a não pesar no bolso de uma vez só”, disse.

 

 

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