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Protestos aquecem venda de bandeiras e camisas em apoio a Bolsonaro

Vendedores aproveitaram a oportunidade para aumentar os preços, com bandeiras custando 120 reais

Eduardo Laviano

Os protestos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro para este sete de setembro aqueceram o mercado de vendas de bandeiras do Brasil e de camisas com o rosto dele próprio. 

Em Belém, inúmeros canteiros em diversos bairros possuem varais com os itens à mostra, geralmente comprados por motoristas que passam pelo local e estacionam para adquirir o produto. 

Na avenida Duque de Caxias, Ednaldo Ferreira tenta aproveitar a movimentação para dar alívio ao orçamento e ficar mais tranquilo na próxima semana.

No ponto onde ele trabalha próximo ao centro de convenções Hangar, as bandeiras do Brasil de um metro e meio por um metro custam 120 reais. 

Já o rosto do presidente da república pintada em branco contra um fundo negro com a frase "Bolsonaro 2022" custa 50 reais. A bandeira que fica acoplada às portas do carro sai por 10 reais, e é a mais pedida. 

"A movimentação está 100%, muito boa mesmo, bem mais do que em outros anos. Nunca tinha visto 7 de setembro assim. Vários tipos de pessoas estão procurando, não só os apoiadores do presidente, as pessoas que curtem o sete de setembro, independentemente do protesto. Algumas compram várias coisas de uma vez, leva para a família toda", afirma.

Ferreira está no ramo há 10 anos e conta com pouca competição nos arredores onde trabalha. Ele diz que a data o motivou a buscar mais fornecedores para evitar que o produto falte. 

"A gente manda fazer com vários fornecedores diferentes, pois se comprar só de um ele não aguenta a demanda nessas situações de evento ou algo assim. Tem que ter no mínimo dois ou três fornecedores fixos para ficar de boa. Tenho bastante produto, tanto que amanhã vou trabalhar também, ficar lá do lado acompanhando, na Presidente Vargas", conta. 

O engenheiro de telecomunicações Ari Abreu se disse surpreso com os preços e estava cabisbaixo diante do que ele chamou de "valores inflacionados e salgados". 

"Eu já até tenho a camisa mas queria comprar mais para a minha sogra, família. Com certeza essa procura tem a ver com os protestos de amanhã. Quando eu comprei tava a 25, agora tá 50. Depois deve diminuir o preço. Mas é bom isso aí, competitividade. Como a situação ficou difícil, virou o meio deles ganharem dinheiro", avalia. 

Abreu se considera um patriota e acompanhará os protestos com foco na principal pauta levantada pelo presidente, que são as críticas ao Supremo Tribunal Federal, instituição que ele Abreu classificou como "arbitrária". 

"É o nosso último tiro. Temos que apoiar. Ir. Vão fechar Brasília. Os caminhoneiros estão na estrada, querendo fechar tudo. Vai parar tudo por causa do Supremo. Mas sempre tive coisas do Brasil em casa. O pessoal perdeu o costume mas agora sacudiu e parece que tão se acordando para ser patriota", diz.

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