CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Proposta de aumento da passagem de ônibus em Belém segue sem resposta

Conselho de Transporte não foi convocado pela Prefeitura, após duas semanas do envio da proposta dos empresários

Abilio Dantas
fonte

Quase duas semanas após o envio de uma proposta de aumento da passagem de ônibus em Belém, elaborada pelas empresas de transporte, a Prefeitura de Belém não convocou o Conselho de Transporte do Município de Belém, que reúne 18 entidades com o objetivo de debater o valor da tarifa e encaminhar uma proposta ao Executivo municipal. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) defendeu na proposta encaminhada à Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), no dia 21 de setembro, que a passagem aumente de R$ 3,60 para R$ 4,87, o que significa alta de cerca de 35% e representa gasto mensal de quase 18% do salário mínimo atual (R$ 1.100).

O economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), Roberto Sena, explica que a formação da tarifa dos ônibus em Belém difere de muitos locais no Brasil, em que as prefeituras possuem autonomia para determinar o reajuste. Na capital paraense, as planilhas apresentadas pelos empresários e pelo Município devem ser debatidas no Conselho de Transporte do Município de Belém, dispositivo legal criado em 1998 pela Lei Municipal 7873/98, proposta pelo ex-vereador e ex-deputado federal Arnaldo Jordy. O Conselho tem entre os seus membros o Setransbel, a Semob e o Dieese, e tem como objetivo reunir as proposições e anseios dos setores empresarial, administração pública municipal e sociedade civil organizada.

Roberta Sena destaca que desde o último reajuste da passagem, em 2019, que o Conselho não voltou a se reunir. "Embora a Lei Orgânica do Município não estabeleça prazo para que seja feito um novo reajuste, a gente entende que é legítimo que as empresas reclamem, pois é fato que há uma defasagem, basta ver os aumentos sucessivos do preço do combustível. O gasto com o diesel é de 30%, ficando apenas um pouco abaixo do custeio de pessoal, que é um pouco maior", informa o especialista.

O economista pondera, no entanto, que pensar um aumento de tarifa neste momento é algo que afetará diretamente a população assalariada. "No Conselho de Transporte, o papel do Dieese é fazer com que seja cumprida a Lei Orgânica do Município, que diz que o reajuste deve estar em consonância com o poder aquisitivo da população. O Setransbel apresenta a sua planilha de custos, e a Semob. Nós, do Dieese, cumprimos o caráter de trazer os dados sobre a realidade dos trabalhadores”, demarca.

O movimento estudantil universitário de Belém, que tradicionalmente lidera movimentos contra o aumento da passagem, informa que não há ainda decisão sobre atos ou passeatas. De acordo com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Pará (UFPA), a última manifestação do setor foi realizada no último sábado, 2, pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro e contra a Reforma Administrativa.

Semob

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que o pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) continua em análise. Segundo o órgão, estudos técnicos estão sendo realizados, conforme determina a legislação em vigor.

"Eles levarão em consideração a evolução da economia no período decorrente, desde o último reajuste (junho/2019) até hoje, e o respectivo impacto no setor. É obrigação da Prefeitura Municipal analisar o pedido feito pelo Setranbel. É isso que manda a lei. Contudo, cabe informar que a decisão da Prefeitura Municipal de Belém levará em consideração a qualidade dos serviços prestados aos usuários. Além da adequação e pertinência ou não da concessão do reajuste dada a realidade social e econômica vivida pela população que se utiliza do serviço, agravada pelo atual período de pandemia da covid-19", diz a Semob.

Quanto à licitação, o órgão esclarece que protocolou junto ao Ministério Público o cronograma para estudo e reanálise do novo edital de licitação, que, posteriormente, será apreciado em conjunto com o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e Tribunal de Contas do Município (TCM). "A decisão é resultado de uma audiência realizada no início de agosto deste ano, no MPPA, com a participação do  TCM. A pauta discutiu o processo de licitação para a contratação de empresa, que prestará o serviço ao sistema de transporte coletivo de Belém, no entanto, está suspenso pelo TCM, desde setembro de 2020".

Até o momento, a reportagem não recebeu atualizações do Setransbel sobre o assunto.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA