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Projeto “Donas de Si” vai capacitar profissionalmente mulheres de Belém

Em sua maioria chefes de família, as beneficiárias do projeto “Bora Belém” buscam a qualificação para que possam ter alternativas de sustento além do auxílio.

Natalia Mello

A Prefeitura Municipal de Belém lançou, na manhã desta quarta-feira (02), o programa “Donas de Si”, na Escola Municipal Alzira Pernambuco, que busca promover a capacitação das mães beneficiadas pelo programa Bora Belém. Os cursos da primeira turma serão Processamento de frutas e Produção de Geleias, Compotas e Doces, e podem ser feitos de 21 de junho a 2 de julho ou de 5 a 16 de julho. A intenção é ajudar as mulheres a conquistarem sua independência financeira.

A autônoma Simone Chaves, de 46 anos, mora com a mãe e é a principal provedora do sustento dela e dos cinco filhos, além de ajudar os netos. Ela atua com a encomenda de doces e salgados, mas busca, além do benefício já recebido pelo Bora Belém, a qualificação. “Eu já atuo com essas produções, mas eu não sou profissional, né, e eu quero melhorar, quero ampliar meu conhecimento para avançar mais. Assim fica possível ver um futuro melhor para mim e para a minha família”, explicou a moradora do bairro do Guamá.

Kátia Raiol tem 26 anos e é manicure. Apesar de já exercer uma profissão e ser beneficiária do Bora Belém, ela conta que sonha com novas oportunidades de crescimento profissional. Cursando o segundo ano do Ensino Médio na Escola Prof Antônia Paz Silva, a jovem busca a qualificação na área técnica de aparelhos celulares.

“Eu recebi o benefício, mas quero participar dos cursos. Acho importante porque tenho dois filhos que crio sozinha e preciso ter outra opção além do benefício para nos sustentar. E eu vou fazer o curso que tiver disponível, mas minha vontade é trabalhar com assistência técnica de celular, eu já vejo vídeo no youtube e vou ajeitando lá por perto de casa”, afirmou a moradora do bairro da Cremação”.

As primeiras localidades atendidas pelo “Donas de Si”, por meio dessas mulheres, são: Pedreira, Guamá, Benguí, Barreiro, Jurunas, Aurá, Terra Firme, Tapanã, Cremação, e os distritos de Outeiro, Icoaraci e Mosqueiro.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, participou do lançamento e acredita que a iniciativa é voltada para um futuro melhor. “A gente pode sonhar com um futuro em que ninguém seja vítima da exploração de patrões que só pensam no dinheiro; em que homem e mulher sejam diferentes de várias formas, mas que isso não signifique desigualdades; em que nenhum chefe ou chefa de família sofra a humilhação do desemprego da fome; em que nenhuma criança esteja fora da escola, nenhuma família fique sem teto”, destacou em seu pronunciamento.

Pesquisa socioeconômica

O Banco do Povo de Belém, que é o realizador dos cursos, orientou as participantes do evento desta quarta a preencher um formulário, informando quais conhecimentos gostaria de aprender um novo trabalho ou para agregar conhecimento a alguma atividade que já realize. A metodologia de escuta será repetida junto aos segmentos interessados em participar dos cursos de formação e capacitação profissional da Prefeitura.

Bora Belém

As mulheres que farão o curso são atendidas pelo Bora Belém e são registradas pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa), vinculada à Prefeitura de Belém. A iniciativa concede auxílios mensais de R$ 150 a R$ 450, por meio do Banco do Povo de Belém (antigo Fundo Ver-o-Sol), e já beneficiou mais de 4 mil pessoas em 2021, em sua maioria mulheres. Segundo a gestão municipal, futuramente outras mulheres serão contempladas, inclusive mulheres trans. Os cursos oferecidos serão na área de culinária, moda e beleza, por meio de parcerias com outras instituições.

“Vamos oferecer aulas presenciais e à distância pra preparar ou requalificar as mulheres em diversas áreas profissionais a fim de que elas possam buscar uma vaga no mercado de trabalho ou que possam garantir o sustento de forma autônoma e digna, que pode ser realizado individual ou coletivamente”, explica a coordenadora-geral do Banco do Povo de Belém, Georgina Galvão.

Primeiro curso

Nesse primeiro momento, serão abertas quatro turmas com capacidade para 21 alunas cada (84 alunas no total), com carga-horária de 40 horas (duas semanas) e emissão de certificado. As beneficiárias poderão optar pelo turno de aulas, se matutino ou vespertino. O curso será realizado em uma carreta do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), equipada com laboratório para aulas práticas e teóricas.

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